quarta-feira, 17 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
LENDAS, CONTOS, FÁBULAS
A Roupa do Rei
Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo.
xxxx
O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
xxxx
O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
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Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
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O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
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O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
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Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
O povo esperou lá fora pela presença do rei e quando este apareceu todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando a festa, desapareceram no meio do mundo.
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O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
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- O Rei está de ceroulas!
xxxx
Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.
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Nota:
Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor". Anderson o contista, mais tarde o modifcou e criou sua própria versão da história.
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O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
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- O Rei está de ceroulas!
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Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.
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Nota:
Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor". Anderson o contista, mais tarde o modifcou e criou sua própria versão da história.
Lendas e Mitos do Folclore Regional Brasileiro
As lendas estão classificadas por Regiões da provável Origem. Para cada lenda, um quadro com informações adicionais sobre a mesma, será exibido, isso inclui; origem, variações de nomes, etc.
Informamos que algumas lendas, pelo seu conteúdo forte, podem ser inadequadas para crianças, como, por exemplo, a lenda do Romãozinho. Estas terão uma Mensagem de Alerta ao lado.
Informamos que algumas lendas, pelo seu conteúdo forte, podem ser inadequadas para crianças, como, por exemplo, a lenda do Romãozinho. Estas terão uma Mensagem de Alerta ao lado.
A lenda do barba ruiva
CURIOSIDADES
A Eficácia do Riso
Ao escutar uma piada, daquelas que nos fazem disparar a rir, são produzidos na boca uma série de sons vocálicos que duram de 1/16 segundos e repetem a cada 1/15 segundo. Enquanto os sons são emitidos, o ar sai dos pulmões a mais de 100 Km/h.
Uma gargalhada provoca aceleração dos batimentos cardíacos, elevação da pressão arterial e dilatação das pupilas.
Os adultos riem em média 20 vezes por dia, e as crianças até dez vezes mais. Rir é um aspecto tão inerente à existência humana que esquecemos como são interessantes esses ataques repentinos de alegria.
Por que as pessoas riem quando escutam uma piada? Segundo o escritor húngaro Arthur Kostler (1905-1983), o riso é um reflexo de luxo, que não possui utilidade biológica.
Entretanto a Natureza não investe em algo inútil, acredita-se que o impulso de rir possa ter contribuído para a sobrevivência no decurso da evolução.
A gelotologia que pesquisa sobre o riso, aponta que esta é a mais antiga forma de comunicação.
Os centros da linguagem estão situados no córtex mais recente, e o riso origina-se de uma parte mais antiga do cérebro, responsável pelas emoções como o medo e a alegria. Razão pela qual o riso escapa ao controle consciente. Não se pode dar uma boa gargalhada atendendo a um comando, muito menos é possível reprimi-la.
O riso pode apresentar um aspecto físico, cognitivo e emocional. Acontecimento este que não reduz o senso de humor a uma única região do cérebro.
Rir, achar algo engraçado, é um processo complexo, que requer várias etapas do pensamento.
Uma gargalhada provoca aceleração dos batimentos cardíacos, elevação da pressão arterial e dilatação das pupilas.
Os adultos riem em média 20 vezes por dia, e as crianças até dez vezes mais. Rir é um aspecto tão inerente à existência humana que esquecemos como são interessantes esses ataques repentinos de alegria.
Por que as pessoas riem quando escutam uma piada? Segundo o escritor húngaro Arthur Kostler (1905-1983), o riso é um reflexo de luxo, que não possui utilidade biológica.
Entretanto a Natureza não investe em algo inútil, acredita-se que o impulso de rir possa ter contribuído para a sobrevivência no decurso da evolução.
A gelotologia que pesquisa sobre o riso, aponta que esta é a mais antiga forma de comunicação.
Os centros da linguagem estão situados no córtex mais recente, e o riso origina-se de uma parte mais antiga do cérebro, responsável pelas emoções como o medo e a alegria. Razão pela qual o riso escapa ao controle consciente. Não se pode dar uma boa gargalhada atendendo a um comando, muito menos é possível reprimi-la.
O riso pode apresentar um aspecto físico, cognitivo e emocional. Acontecimento este que não reduz o senso de humor a uma única região do cérebro.
Rir, achar algo engraçado, é um processo complexo, que requer várias etapas do pensamento.
Por Patrícia Lopes
Equipe Brasil Escola
Equipe Brasil Escola
PROJETOS DESENVOLVIDOS
EMEF ULISSES MATOSINHO PERES DE PONTES
PROJETO: VISITA À GRAMAZON
HISTÓRIA- PROFA EDILEUZA
JUSTIFICATIVA
A ESCOLA TEM DESENVOLVIDO UM TRABALHO LEVANDO A TEORIA À PRÁTICA COM O PRIVILÉGIO DE VISITAR DIVERSOS ESPAÇOS, PARA QUENOSSOS ALUNOS CONHEÇAM MELHOR A TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
OBJETIVO GERAL
LEVAR O ALUNO A CONHECER O FUNCIONAMENTO DE UMA INDÚSTRIA DE GRANITO
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- CONHECER O VALOR DA MATÉRIA PRIMA;
- IDENTIFICAR OS DIFERENTES TIPOS DE GRANITOS E SUAS UTILIDADES;
- VALORIZAR AS VÁRIAS FORMAS DO TRABALHO HUMANO;
- RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA PRIMA, ATÉ CHEGAR AO PRODUTO FINAL.
METODOLOGIA
PROPORCIONAR AOS ALUNOS O CONTATO DA TEORIA COM A PRÁTICA, DEIXANDO-OS MAIS MOTIVADOS E ESTIMULADOS A OBSERVAR E VALORIZAR O ESPAÇO GEOGRÁFICO NO SEU COTIDIANO.
RECURSOS DIDÁTICOS
- ENTREVISTAS;
- FOTOS;
- OBSERVAÇÃO DO ESPAÇO PERCORRIDO;
- RELATÓRIO DO PASSEIO;
- DESENHOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS;
- MONTAGEM DE PAINÉIS.
MATERIAL DIDÁTICO
- MÁQUINA FOTOGRÁFICA;
- CADERNOS;
- LÁPIS E CANETAS;
- AUTORIZAÇÃO DOS PAIS;
- TRANSPORTE
AVALIAÇÃO
OBSERVAR O DESEMPENHO DOS ALUNOS NAS ATIVIDADES PROPOSTAS.
PROJETO: VISITA À GRAMAZON
HISTÓRIA- PROFA EDILEUZA
JUSTIFICATIVA
A ESCOLA TEM DESENVOLVIDO UM TRABALHO LEVANDO A TEORIA À PRÁTICA COM O PRIVILÉGIO DE VISITAR DIVERSOS ESPAÇOS, PARA QUENOSSOS ALUNOS CONHEÇAM MELHOR A TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO.
OBJETIVO GERAL
LEVAR O ALUNO A CONHECER O FUNCIONAMENTO DE UMA INDÚSTRIA DE GRANITO
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- CONHECER O VALOR DA MATÉRIA PRIMA;
- IDENTIFICAR OS DIFERENTES TIPOS DE GRANITOS E SUAS UTILIDADES;
- VALORIZAR AS VÁRIAS FORMAS DO TRABALHO HUMANO;
- RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA PRIMA, ATÉ CHEGAR AO PRODUTO FINAL.
METODOLOGIA
PROPORCIONAR AOS ALUNOS O CONTATO DA TEORIA COM A PRÁTICA, DEIXANDO-OS MAIS MOTIVADOS E ESTIMULADOS A OBSERVAR E VALORIZAR O ESPAÇO GEOGRÁFICO NO SEU COTIDIANO.
RECURSOS DIDÁTICOS
- ENTREVISTAS;
- FOTOS;
- OBSERVAÇÃO DO ESPAÇO PERCORRIDO;
- RELATÓRIO DO PASSEIO;
- DESENHOS PRODUZIDOS PELOS ALUNOS;
- MONTAGEM DE PAINÉIS.
MATERIAL DIDÁTICO
- MÁQUINA FOTOGRÁFICA;
- CADERNOS;
- LÁPIS E CANETAS;
- AUTORIZAÇÃO DOS PAIS;
- TRANSPORTE
AVALIAÇÃO
OBSERVAR O DESEMPENHO DOS ALUNOS NAS ATIVIDADES PROPOSTAS.
MENSAGENS
Árvore dos Problemas
Esta é uma história de um homem que contratou
um carpinteiro para ajudar a arrumar
algumas coisas na sua fazenda.
O primeiro dia do carpinteiro
foi bem difícil.
O pneu do seu carro furou.
A serra elétrica quebrou.
Cortou o dedo.
E ao final do dia,
o seu carro não funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro
ofereceu uma carona para casa.
Durante o caminho,
o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa,
o carpinteiro
convidou o homem para entrar
e conhecer a sua família.
Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente,
o carpinteiro parou
junto a uma pequena árvore
e gentilmente tocou
as pontas dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa,
o carpinteiro transformou-se.
Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso,
e ele abraçou os seus filhos
e beijou a sua esposa.
Um pouco mais tarde,
o carpinteiro acompanhou
a sua visita até o carro.
Assim que eles passaram pela árvore,
o homem perguntou:
- Porque você tocou na planta
antes de entrar em casa ?
- Ah! esta é a minha
Árvore dos Problemas
- Eu sei que não posso evitar ter problemas
no meu trabalho,
mas estes problemas não devem
chegar até os meus filhos e minha esposa.
- Então, toda noite,
eu deixo os meus problemas
nesta Árvore quando chego em casa,
e os pego no dia seguinte.
- E você quer saber de uma coisa
- Toda manhã, quando eu volto
para buscar os meus problemas,
eles não são nem metade
do que eu me lembro
de ter deixado na noite anterior.
Barulho de carroça
Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa ?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ...
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos ?
- Ora, respondeu meu pai.
É muito fácil saber que uma carroça está vazia, é por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna e interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo...
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho.
Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa ?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ...
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos ?
- Ora, respondeu meu pai.
É muito fácil saber que uma carroça está vazia, é por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna e interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo...
Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho.
PARA DESCONTRAIR UM POUQUINHO...
Marido ligando para casa
O cara liga pra casa numa tarde para saber o que a esposa vai fazer para o jantar.
- Alô? Diz uma voz de criança.
- Oi, querida, é o papai. Mamãe está perto do telefone?
- Não, papai. Ela está lá em cima no quarto com o tio Chico.
Após alguns segundos, o cara diz:
- Mas querida, você não tem um tio chamado Chico!!!
- Sim, eu tenho! E ele está lá em cima no quarto com a mamãe.
- Tá bom, então quero que você faça o seguinte: suba correndo as escadas, bata na porta do quarto e grite para a mamãe e para o tio Chico que meu carro acabou de parar na frente de casa.
- Tá legal, papai.
Alguns minutos depois, volta a menina:
- Eu fiz o que você disse, papai.
- E o que aconteceu?
- Bem, mamãe pulou da cama pelada e começou a correr pelo quarto gritando,tropeçou no tapete e caiu pela janela da frente, e agora ela esta morta…
- Oh, meu Deus!!! E o tio Chico?
- Ele pulou da cama pelado também, estava muito assustado, e pulou pela janela do fundo para dentro da piscina, mas ele deve ter esquecido que você esvaziou a piscina na semana passada para limpar, daí ele bateu a cabeça no fundo dela, e agora está lá, morto também…
Uma longa pausa e o cara diz:
- Piscina??? Por acaso o telefone dai é 6555-0739?
- Não!
- Desculpe, foi engano.
Não é amor
O amor não faz você ouvir a voz do coração. O nome disso é ecocardiograma. O amor é outra coisa.
O amor não é algo q vai crescendo, crescendo, te absorvendo. O nome disso é Tampax. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa amarrado a uma pessoa. O nome disso é macumba. O amor é outra coisa.
O amor não deixa suas pernas bambas, nem sua mão úmida e fria. O nome disso é uísque “on-the-rocks”. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa sonhando acordado. O nome disso é sonambulismo. O amor é outra coisa.
O amor não libera a criança que existe dentro de você. O nome disso é cesariana. O amor é outra coisa.
O amor não faz você sentir-se especial. O nome disso é deficiência física. O amor é outra coisa.
O amor não dá uma dor por dentro que faz você por pra fora as coisas ruins. O nome disso é gastroenterite. O amor é outra coisa.
O amor não te faz ouvir sinos enquanto beija. O nome disso é pegação atrás da igreja. O amor é outra coisa.
O amor não te enche de esperanças e perspectivas de sucesso. O nome disso é livro de auto-ajuda. O amor é outra coisa.
O amor não faz você se sentir frágil e sensível. O nome disso é tensão pré-menstrual. O amor é outra coisa.
O amor não abre a cabeça das pessoas. O nome disso é traumatismo craniano. O amor é outra coisa. (ótima, kkkkkkk)
O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é dengue. O amor é outra coisa.
O amor não te faz perder os sentidos na cama. O nome disso é Morte Súbita. O amor é outra coisa.(boa tbm, kkkkkk)
O amor não te faz perder a articulação das palavras de repente. O nome disso é AVC. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa sem chão, o nome disse é cratera. O amor é outra coisa.
Enviado por Douglas Guterres
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/naocliqueaqui/2010/03/16/nao-e-amor/?topo=77,1,1,,,77
O cara liga pra casa numa tarde para saber o que a esposa vai fazer para o jantar.
- Alô? Diz uma voz de criança.
- Oi, querida, é o papai. Mamãe está perto do telefone?
- Não, papai. Ela está lá em cima no quarto com o tio Chico.
Após alguns segundos, o cara diz:
- Mas querida, você não tem um tio chamado Chico!!!
- Sim, eu tenho! E ele está lá em cima no quarto com a mamãe.
- Tá bom, então quero que você faça o seguinte: suba correndo as escadas, bata na porta do quarto e grite para a mamãe e para o tio Chico que meu carro acabou de parar na frente de casa.
- Tá legal, papai.
Alguns minutos depois, volta a menina:
- Eu fiz o que você disse, papai.
- E o que aconteceu?
- Bem, mamãe pulou da cama pelada e começou a correr pelo quarto gritando,tropeçou no tapete e caiu pela janela da frente, e agora ela esta morta…
- Oh, meu Deus!!! E o tio Chico?
- Ele pulou da cama pelado também, estava muito assustado, e pulou pela janela do fundo para dentro da piscina, mas ele deve ter esquecido que você esvaziou a piscina na semana passada para limpar, daí ele bateu a cabeça no fundo dela, e agora está lá, morto também…
Uma longa pausa e o cara diz:
- Piscina??? Por acaso o telefone dai é 6555-0739?
- Não!
- Desculpe, foi engano.
Não é amor
O amor não faz você ouvir a voz do coração. O nome disso é ecocardiograma. O amor é outra coisa.
O amor não é algo q vai crescendo, crescendo, te absorvendo. O nome disso é Tampax. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa amarrado a uma pessoa. O nome disso é macumba. O amor é outra coisa.
O amor não deixa suas pernas bambas, nem sua mão úmida e fria. O nome disso é uísque “on-the-rocks”. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa sonhando acordado. O nome disso é sonambulismo. O amor é outra coisa.
O amor não libera a criança que existe dentro de você. O nome disso é cesariana. O amor é outra coisa.
O amor não faz você sentir-se especial. O nome disso é deficiência física. O amor é outra coisa.
O amor não dá uma dor por dentro que faz você por pra fora as coisas ruins. O nome disso é gastroenterite. O amor é outra coisa.
O amor não te faz ouvir sinos enquanto beija. O nome disso é pegação atrás da igreja. O amor é outra coisa.
O amor não te enche de esperanças e perspectivas de sucesso. O nome disso é livro de auto-ajuda. O amor é outra coisa.
O amor não faz você se sentir frágil e sensível. O nome disso é tensão pré-menstrual. O amor é outra coisa.
O amor não abre a cabeça das pessoas. O nome disso é traumatismo craniano. O amor é outra coisa. (ótima, kkkkkkk)
O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é dengue. O amor é outra coisa.
O amor não te faz perder os sentidos na cama. O nome disso é Morte Súbita. O amor é outra coisa.(boa tbm, kkkkkk)
O amor não te faz perder a articulação das palavras de repente. O nome disso é AVC. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa sem chão, o nome disse é cratera. O amor é outra coisa.
Enviado por Douglas Guterres
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/naocliqueaqui/2010/03/16/nao-e-amor/?topo=77,1,1,,,77
O coelho e o leão | ||
O coelho vinha correndo pela floresta quando viu uma girafa acendendo um baseado, então ele parou e disse: - E aí dona girafa, tudo bem? Pare de fumar isso ai e vamos correr pela floresta, você vai ver como vai ficar em forma. A girafa pensou por um segundo, jogou o cigarro fora e foi correr com o coelho. Pouco mais a frente eles encontraram um urso cheirando cola. Eles se olharam e foram conversar com o Urso: - O urso, deixa disso! Se livra disso aí e venha correr com a gente para ficar em forma. O urso colocou a lata de cola do lado e foi correr com eles e juntos encontram um elefante cheirando cocaína, logo foram conversar com ele e o coelho mais uma vez foi à frente: - O elefante, não perca seu tempo com isso! Vamos entrar em forma correndo pela floresta, joga isso fora! O elefante pensou um pouco mas resolveu se juntar ao grupo, que metros depois encontrou o leão injetando heroína. Mais uma vez nosso amigo coelho se lançou a frente e disse: - O leão, pare de fazer isso e vamos entrar em form.... Nem terminou de falar e levou uma patada do leão. Os outros animais revoltados perguntaram: - Você está louco? Por que fez isso??? O leão respondeu: - Toda vez que esse coelho filho da p#@* toma ecstasy ele me faz correr como um idiota pela floresta...
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domingo, 14 de março de 2010
EXERCÍCIOS PARA CÉREBROS ENFERRUJADOS
N?o deixe de ler..
De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
n?o ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa et?so,
a ?ncia csioa iprotmatne ? que
a piremria e ?tmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma b?guana ttaol, que vco?
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso ? poqrue n?s n?o lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.
ALUNOS AUTORES - MINHA VIDA, MINHA HISTÓRIA - EMEF ULISSES MATOSINHO
Olá, pessoal, esse cantinho é para você contar para nós um pouquinho da sua história de vida.
Às vezes sentimos vontade de mostrar para as pessoas como conseguimos vencer momentos difíceis em nossas vidas, ou apenas desabafar, contar fatos engraçados, tristes...
Então, é aqui que isso acontecerá.
Fique à vontade!
Mudanças
Allan D. A. Costa
Simplicidade
Maria Clarice A. Ribeiro
Minhas traquinagens na infância
Crueldade
Edmar Alves Ribeiro
Quando tudo começou
Minha infância
Francisco Erivan
A Minha Vida
Maria Gabriela
Infância
Valéria N. G. Falquevicz
Tiago Paula de Oliveira
Pequena história
Marileuza Vitorino Lopes
Travessuras
Kelvin Alex da Rosa
Trajetória de vida
Jacson Botelho
A história de vida da minha família
Menino travesso
Complicações
Sou uma garota calma, mas quando alguém pisa no meu calo fico muito nervosa. Estudo, vou à Igreja, sou alegre, brinco com meus amigos e converso muito na sala de aula. Levo uma vida tranqüila e feliz com minha família.
Maria Aparecida Ferreira Pena
Artes
Trajetória
Brincadeiras
Érica França Alves
Diário Familiar
Rosi Kelli Batista da Silva
Descuido
História de minha família
Fernando Rodrigues de Oliveira
Uma vida de luta
Tristezas e alegrias
Minha Infância
Início de uma nova família
Minha história de vida
Mudanças
Meu pai conheceu minha mãe na 5ª linha, Gleba G. Ambos moravam na mesma linha. Mamãe gostava do meu tio, mas o meu tio não gostava dela e ela começou a namorar meu pai.
Namoraram um bom tempo e se casaram.
Depois de casados foram morar em São Paulo onde tiveram um filho, mas o menino morreu. Tiveram outro filho, o Alexandre, e voltaram para Rondônia. Depois de um ano eu nasci, no dia 12/01/1994, com 1.800g, abaixo do peso, minha família achou que eu ia morrer, porém o médico disse que não, eu estava abaixo do peso, mas com saúde.
Nasci em Presidente Médici-RO. Quem escolheu meu nome foi uma tia materna. Algum tempo depois, meus pais foram novamente para São Paulo e lá tiveram mais um filho: Alex.
Quando eu tinha dois anos meus pais se separaram, mamãe veio para Rondônia e papai ficou em São Paulo. Nós ficamos com ela, meu irmão ficou doente de saudades de meu pai, então ele foi até Médici nos ver e fomos embora com ele.
Em São Paulo, papai conheceu Denise, ela era vendedora em uma loja e ele, camelô. Começaram a namorar e foram morar juntos. Foi muito difícil para nós nos acostumarmos com ela. Morávamos em Perus e depois nos mudamos para a Lapa, na casa dos pais de minha madrasta. Lá papai comprou uma camionete e arrumou emprego numa farinheira. Em 1999 meu pai teve um filho com Denise.
Eu gostava muito da casa de Perus. Uma vez fui pegar água na cozinha e tinha que passar pelo banheiro, a porta estava fechada e quando voltei, estava aberta. Fiquei morrendo de medo, saí correndo rumo à sala e fiquei no sofá olhando a porta.
Eu e meu irmão começamos a estudar. No primeiro dia de aula as professoras encheram “o nosso saco” com bobagens. Íamos para a escola de Kombi quando Denise não nos levava. A escola ficava na Lapa. Lá tinha aula de computação onde desenhávamos. No final de ano entramos de férias e eu fiquei muito contente.
No ano seguinte trocamos de professora, porém só assistimos a um dia de aula e nos mudamos para Porto Ferreira, mas antes de nos mudarmos, fomos ao Mc Donald. Comi tanto hambúrguer, batata frita e tomei tanto refrigerante que passei mal!
Eu gostava muito de andar de bicicleta, mas minha madrasta não deixava subir o morro, pois era perigoso, mesmo assim teimei e fui. Lá do alto fiquei encantado com a paisagem e resolvi descer o morro de bicicleta. Perdi o controle e entrei no mato, quase caí no esgoto que passava bem pertinho de onde parei.
Em 2000 nos mudamos para Rondônia, foram três dias de viagem. Meu avô foi nos pegar na rodoviária e nos levou até Nova Londrina onde meu tio Edson nos esperava e nos levou até a casa de meus avós.
Aqui, comecei a estudar na escola Sabiá Laranjeira. No primeiro dia de aula fui para a escola de égua, pois era muito longe de casa. No dia seguinte eu e meu irmão fomos a pé, porque ficamos com vergonha. Na escola sempre fui muito tímido. Meu professor era o Alessandro Paes.
Em 2005 ganhei mais um irmão: Mateus, e nesse mesmo ano meu querido tio Edson morreu, quase reprovei em Ciências. No final do ano passado Alexandre e eu fomos para Presidente Médici visitar nossa mãe. De lá fomos para Ariquemes visitar nossas tias. Na virada do ano, estávamos em Médici novamente.
Agora, em 2008, meu avô está muito doente, com problema no coração, e minha avó foi com ele para o Paraná em busca de tratamento. Meu pai vendeu o sítio e nos mudamos para a casa de meu avô até eles voltarem. Estou muito feliz com a vida que levamos, graças a Deus.
Allan D. A. Costa
Simplicidade
Meus pais se conheceram em 1985. Começaram a namorar em 1987, ficaram noivos e se casaram em 23/12/89, num dia de muita chuva.
Quando criança, eu e minha irmã brincávamos muito, fazíamos bagunça, mas nada grave. Entrei na escola com sete anos, não era boa aluna, por isso repeti a primeira série.
Lembro-me de uma vez ter ido puxar água no poço e o sarilho escapou, batendo na minha cabeça.
Com quinze anos ganhei uma linda festa de aniversário e muitos presentes. Foi o dia mais feliz da minha vida.
Minha família é meu tesouro que guardo em meu coração trancado a sete chaves.
Maria Clarice A. Ribeiro
Minhas traquinagens na infância
No ano de 1986, minha mãe, com 26 anos, veio do Espírito Santo para Rondônia e conheceu meu pai que veio do Paraná. Até parece que o destino de ambos já estava traçado.
Meu pai foi a casa dela e a pediu em namoro. Resolveram se casar depois de sete anos de namoro, no dia 23 de outubro de 1993 e mudaram para o sítio do meu avô. Eles viviam felizes e mais felizes ficaram quando mamãe engravidou de mim, a primeira filha. Nasci no dia 29 de outubro de 1994. Depois de dois anos Daiane nasceu, no dia 13 de janeiro de 1997, na maternidade de Ji-Paraná. Eu cresci saudável e muito danadinha, mesmo pequena sempre fui uma menina muito preocupada.
Quando eu nasci minha mãe ficou três meses na casa da minha avó, porque ela teve parto cesárea. De volta pra nossa casa, enquanto eu dormia, mamãe aproveitava para lavar roupa e carregar água para casa porque não tinha água encanada.
Eu comecei a andar com um ano e dois meses. Minha mãe me levava junto para a mina e eu ficava brincando na água enquanto ela lavava as roupas. Mamãe também ajudava meu pai na roça e deixava-me com minha avó.
Em casa, enquanto mamãe fazia o serviço e o almoço eu ficava no quintal, ela juntava um monte de areia para eu brincar e eu falava “Mãe, to fazendo papá!”.
Quando eu ia à casa da minha avó, queria ensiná-la a fazer as coisas.
Eu engasgava à toa. Certa vez engasguei com carne, recebi um soquinho nas costas para desentalar. Depois engasguei com um caroço de jaca, então minha mãe me deu um soco nas costas e o caroço vlup! vlup! caiu longe.
Com cinco anos, meus pais levaram-me junto para a colheita de café, eu, muito danadinha, coloquei um caroço de café no nariz e meu pai me bateu porque eu fiz arte, para tirar o caroço ele teve que me levar para o hospital. Eu também tinha o hábito de chupar o dedo direito, então meu tio me disse que quando eu entrasse na escola teria que parar de chupar o dedo e se assim fizesse ganharia uma bicicleta. Parei, mas a bicicleta não veio até hoje.
Eu entrei na escola com seis anos e já sabia escrever o meu nome, do meu pai e da mãe.
O primeiro dia na escola foi bem ruim porque não conhecia quase ninguém. Eu gostava muito de conversar na sala de aula, arrumei amigos e ficou melhor, no final do ano passei para 2ª série, fiquei muito feliz e fiz novos amigos.
O ano foi bom. Ruim era quando tinha prova, eu chorava a aula toda de dor de cabeça, porque eu não sabia resolver os exercícios. A professora Zeni chegava perto de mim para acalmar-me, mas não adiantava, foi o ano todo assim, mas passei para a 3ª série. A professora sempre fazia festinhas e brincadeiras com a gente, era bem divertido. Na hora do recreio fazíamos a festa, corríamos, pulávamos até a hora de entrar para a sala.
Eu pensava que a 4ª série seria muito difícil, mas era a mesma coisa, passei em todas as provas. No dia do índio a professora e a dona Francisca, a merendeira, fizeram uma toca de índio para brincarmos, brincamos o tempo todo até a hora de ir embora. Um menino chamado Cristian começou a implicar comigo, com a Clarina e com Eliana já na saída da escola, pedíamos para ele parar, não adiantava nada, a Eliane ficou irritada e jogou uma pedra nele.
No final do ano aconteceu o mesmo, mas dessa vez foi a Clarina que jogou uma pedra e pegou bem na cabeça dele, ele começou a chorar e o sangue a escorrer no rosto.
Passei para a 5ª série e mudei de escola, vim morar com minha avó e comecei a estudar na escola Bárbara. No início tivemos que ir para a Escola Ulisses Matosinho por algum tempo, pois a Bárbara estava em reforma, era muito divertido, tinha muita gente, foram as 5ª e 7ª séries e os outros ficaram aqui mesmo, íamos duas vezes por semana. Fiz novos amigos e conheci a Fernanda e outros, estudamos dois meses lá, mas valeu a pena.
Voltamos para a Bárbara, passei para a 6ª série porque sempre fui muito estudiosa. Na 6ª série a Cláudia, Gislaine e a Michelly vieram estudar aqui, era muito bom, porque aprontávamos bastante, até que um dia, no campo, brigamos com a Nayara. Na 7ª série foi legal, só não foi melhor porque minhas amigas foram embora e ficou muito chato. Fiquei amiga da Maria Clarice.
No final do ano passei para a 8ª série, só tem três meninas na sala e o é resto homem, entrou uma garota chamada Valéria, muito simpática que também ficou minha amiga.
Sou uma garota muito estudiosa e pretendo passar no final do ano, se Deus quiser.
Daniela Aparecida da Silva
Crueldade
Meu pai veio de Minas Gerais e foi morar vizinho a minha mãe. Um dia ele foi passear na casa dela e começaram a namorar. Alguns meses depois ficaram noivos e se casaram no dia 05/09/74.
Mudaram-se para Rondonópolis-MT. Lá eles tiveram cinco filhos. Em 85 vieram para Rondônia e aqui tiveram mais quatro filhos.
Minha mãe sofreu muito quando estava grávida de mim e do Edson, meu irmão gêmeo. Nasci às duas horas da manhã e o Edson às três. Não foi fácil para ela cuidar de dois meninos, principalmente na hora de amamentar. Perdíamos o fôlego, mamãe não sabia o porquê e também não sabia como curar-nos. Começou então a orar e Deus ouviu suas preces.
Ainda pequenos tivemos catapora. Crescemos dando muito trabalho à mamãe.
Fomos para a escola, não nos destacávamos, mas nos esforçávamos bastante, apesar do esforço, reprovamos, pois o professor não gostava de nós e de vez em quando quebrava uma vara e nos batia. Ele dizia para a mãe que fazíamos muita bagunça e quando chegávamos em casa, apanhávamos novamente para dizermos a verdade, mas não tínhamos o que dizer porque sempre fomos quietos na escola. Ele fazia isso para tirar o peso de suas costas.
Um dia estávamos fazendo prova e o professor furou minha cabeça com a chave da porta da sala, o sangue escorreu e ele se desesperou porque não parava de sangrar. Ele me levou de moto até em casa e foi embora sem dar explicação. Nunca ajudou a comprar nenhum remédio e sempre fugia de minha mãe. Acho que, devido a essa pancada, não fiquei muito bom de memória. Quando já estava quase bom ele foi à minha casa, com a maior cara de pau, ver-me.
Apesar de tudo, não tenho raiva dele.
Hoje estudo o 9° ano na escola Bárbara Heliodora e meu irmão gêmeo está no Seminário.
Sou muito feliz com minha família.
Edmar Alves Ribeiro
Quando tudo começou
Em 1969 uma senhora deu a luz um menino chamado Elias da Silva, que foi o nono dos seus 18 filhos.Cinco anos depois, em Rondônia, nasceu uma menina chamada Rosane Monteiro de Sousa.
Com seis anos de idade Elias mudou-se para Rondônia com seus pais e os irmãos, deixando o Paraná. Quando aqui chegaram conseguiram um sítio na linha gleba "G" e plantaram mandioca, batata, café e cacau. O jovem Elias trabalhou na roça, carpindo com seus pais e os irmãos.
Em 1987 Elias conhece Rosane. Começam a namorar e decidiram se casar, então no dia 3 de novembro de 1990 realizaram o casamento. Alguns anos depois resolveram ter um filho e eu nasci, no dia 14 de outubro de 1994.
Sempre fui muito ativo, andava muito a cavalo, com seis anos estava tocando o gado quando sofri um acidente. Fui buscar o cavalo lá na fundiária e, na volta, o cavalo se assustou com alguma coisa, disparou e eu, despreparado, caí, bati a cabeça no chão e desmaiei. Quando acordei perguntei onde estava, vi que era no banheiro, tornei a desmaiar e só acordei no hospital em Porto Velho ,
Fiquei lá no hospital 20 dias, não agüentava mais de saudade do meu pai.
Fiquei um bom tempo sem montar por medo, só agora voltei a montar novamente.
Elias Júnior
Minha infância
Meu nome é Francisco Erivan Rabelo da Silveira Júnior, moro com meus pais: Eurizete Ventura da Silva Silveira e Francisco Erivan Rabelo da Silveira, tenho 13 anos, peso 47 kg , sou do signo de leão.
Minha história começa mais ou menos assim: minha mãe engravidou de mim aos 21 anos, a gravidez não foi tão boa porque ela enjoava muito. No dia 17/08/1994 eu nasci. Com dois anos fui para o Ceará, lá eu era muito admirado por todos. Com seis anos fui para a escola, gostava muito de fugir para a casa da minha avó e quando eu não conseguia uma coisa que eu queria muito, eu fazia pirraça e começava a bater a cabeça na parede.
Quando eu tinha sete anos morreram dois tios e minha família foi ameaçada de morte, daí viemos para Rondônia. Eu tinha oito anos. Moramos no sítio dos meus padrinhos. Dois anos depois fomos morar no sítio da avó do Wellington.
Eu gosto de jogar futebol, handebol, vôlei e tênis de mesa, sou bacana, alegre, compreensivo e muito feliz.
Francisco Erivan
A Minha Vida
Meus pais foram morar juntos no dia 16 de Abril de 1990. Meu pai, José Fraga do Nascimento, é mineiro, e minha mãe, Neide Pereira, é paranaense. Ela era professora e ele agricultor.
No dia 19 de Agosto de 1991 nasceu meu irmão mais velho, o João Gabriel dos Santos Fraga. Depois de 03 anos, no dia 27 de Maio de 1994, eu nasci, Maria Gabriela dos Santos Fraga. O meu irmão mais novo, o José Fraga do Nascimento Júnior, veio de intrometido, três anos e 10 meses depois do meu nascimento, no dia 31 de Março de 1997. Quando ele nasceu, eu e meu irmão mais velho fomos ao hospital para vê-lo junto com o meu pai.
Minha mãe fez uma festa quando eu fiz seis anos, como eu não queria ser filmada quem cortou o bolo foi meu irmão mais novo.
Na noite de 25 de Dezembro 2001, estávamos na casa da minha avó materna e fomos brincar de “Pé na Lata”, quando eu chutei a lata, machuquei o pé, pois meu irmão tinha posto um tijolo atrás dela e eu não vi, depois saí correndo e ainda tropecei num buraco e torci o pé.
No dia dos pais do ano de 2003, meu avô paterno faleceu, em Minas Gerais, com câncer no coração, minha avó ficou tão mal que tiveram que interná-la
Com seis anos de idade, eu comecei a estudar. Um dia os meninos da quarta série começaram a soltar bombinhas pelo pátio e todo mundo ficou muito assustado.
Mudamos-nos para Ariquemes, mas não deu certo, pois lá não passava ônibus de manhã para irmos à escola, só à noite, e então voltamos para Ji-Paraná.
Minha avó paterna faleceu e nesse dia eu estava na escola. Ouvi o secretário falar com a professora que minha avó paterna havia falecido, o diretor mandou levar-me para casa e eu fiquei muito triste.
No ano de 2004, estava na casa da minha tinha com a minha mãe, eu e meu primo fomos pegar ingá, na volta meu primo veio na frente e eu não vi que no chão tinha um arame, pisei em cima, o arame fincou no vão do dedão do meu pé, ao invés de eu ficar do lado de baixo, eu passei pro outro lado e sentei, estava doendo muito, meu vizinho estava na represa e veio tirar o arame do meu pé, pois minha mãe e minha tia não tiveram coragem de tirá-lo, ele me pegou no colo e eu comecei a delirar, depois lavaram meu pé com limão e não inflamou.
No dia 11 de Outubro de 2006 eu fui batizada na Igreja da Comunidade Santos Anjos e no dia 10 de Dezembro fiz a Primeira Eucaristia.
Hoje estou com 13 anos e estou muito feliz com a minha família, apesar de algumas desavenças, mas faz parte. Estou cursando o nono ano na escola Ulisses Matosinho Peres de Pontes com meus amigos e amigas.
Maria Gabriela
Infância
Meus pais moravam no Paraná e vieram para Rondônia. Meu pai veio em 1974 e minha mãe em 1973. Ela foi morar em Ji-Paraná com sua irmã e ele em um sítio com a família.
Em 1974 minha mãe foi morar no sítio, na casa de sua outra irmã. Um dia uma amiga a chamou para ir à casa de uma vizinha, ela não queria ir, mas foi convencida. No caminho tinha um campinho de futebol onde jogavam bola nos sábados e domingos. Elas passaram. Os rapazes estavam jogando e começaram a assobiar, minha mãe ficou com muita raiva, pois não gostava que mexessem com elas.
Meu pai estava noivo de uma moça da cidade, quase para se casar.
Essa moça achava que meu pai era bem de vida, porém ele só tinha um sítio, quando ela descobriu ficou com tanta raiva que desmanchou o noivado e mandou sua mãe entregar a aliança para meu pai. Livre do casamento ele se interessou por minha mãe, mas o irmão dele estava interessado nela também.
Quando ela ia à casa de minha avó, vovó ficava falando que meu tio estava interessado nela, mamãe ficava com raiva e ia embora. O tempo passou e papai começou a ir atrás de mamãe. Ia à igreja, nas festas, mas ela não o queria. Quando ela ia para a cidade, ele ia junto dizendo que ia ver outra moça, mas qual! Era só para ver minha mãe mesmo!
Um dia uma senhora disse que minha mãe não era mulher para meu pai, sua filha sim, seria uma boa mulher. Então minha mãe ficou com raiva dessa mulher e disse que ia aceitar o pedido de namoro que o pai tinha feito a ela.
Começaram a namorar e um ano depois se casaram, em 1983.
Minha avó paterna não aprovou o casamento porque minha mãe era morena, contudo ela superou o preconceito. Minha mãe não teve problemas com os seus pais porque era órfã de mãe, seu pai tinha outra família e ela morava com seus irmãos.
Depois de três anos de casados tiveram sua primeira filha, foi uma gravidez tranqüila, porém um parto complicado porque era uma menina muito grande, tinha cinco quilos. Depois teve a segunda filha, em 1987, com quatro quilos, uma gravidez e parto tranqüilo, a criança nasceu saudável como a primeira filha. Em 1991 veio a terceira filha, com 4.5kg, também saudável. Em 1993 tiveram a quarta filha, que sou eu, a gravidez foi calma, nasci com 3.9kg, uma menina saudável e tranqüila, não chorava muito, não tinha doenças, só de vez em quando uma infecção de garganta.
Em 1995 minha mãe engravidou novamente, meu pai queria tanto um menino, mas já havia perdido as esperanças, pensava que era outra menina. Quando descobriu que era um menino, ele ficou muito feliz, porém tinha um problema nessa gravidez, os médicos já haviam dito à mamãe que ela não poderia ter mais filhos porque tinha um mioma. Os médicos ficaram muito bravos e disseram que o bebê não ia sobreviver porque ele estava crescendo junto ao mioma, minha mãe teve fé e tudo correu bem, o bebê nasceu pequeno e magro, teve algumas infecções que sararam logo.
Na minha infância fui uma garotinha calma, demorei a falar, era um pouco arteira, às vezes birrenta, não gostava de usar vestidos, era brincalhona, esperta, quando me juntava com minhas amigas era uma festa, brincávamos até anoitecer, gostávamos de ir uma na casa da outra, de comer chocolate escondido e de mexer nas coisas das minhas irmãs. Minhas amigas, eu e minha irmã gostávamos de andar a cavalo, era nossa diversão, às vezes ficávamos com raiva uma da outra por causa das brigas que tínhamos nas estradas, mas logo passava. De vez em quando eu batia no meu irmão mais novo, pois ele me fazia raiva.
Na escola eu sempre fui esperta, tirava notas boas, porém reprovei um ano, eu gostava de riscar os cadernos dos coleguinhas quando me deixavam com raiva. Que tempo bom!
Hoje tenho 15 anos, estudo a nona série na escola Bárbara Heliodora, tenho muitos amigos e vivo feliz com minha família.
Valéria N. G. Falquevicz
Realidade
Minha história de vida não é das melhores como a de muitas famílias, eu tive altos e baixos. Sempre procurei ser amigo de todos, sorrir e ser feliz.
Eu nasci no dia 27/08/1993, logo após a separação dos meus pais. Eles só se separaram porque ela era mãe solteira e a família dele não a aceitava. Cada vez que meu pai vinha me ver, eles discutiam feio. Meu pai xingava muito a minha mãe e eu corria para um canto da casa a chorar, porque o sofrimento da minha mãe era o meu também.
Minha mãe sempre foi muito guerreira, sustentou a mim e meu irmão trabalhando muito. Depois resolveu casar novamente. Também não deu certo porque ele foi embora e a deixou grávida, nessa época ela trabalhava de cobradora de ônibus e sofreu um sério acidente. O bebê corria risco de morte. Ela ficou dias no hospital. Estava com seis meses de gravidez quando Felipe Emanuel da Silva nasceu.
O Felipe e eu nos divertíamos muito, jogávamos bola, saíamos cedinho de casa para soltar pipa, meu irmão mais velho cuidava da casa e de nós e, por isso, quando voltávamos, ele nos batia.
O tempo foi passando e minha mãe casou-se novamente, estava dando certo até que meu padrasto começou a freqüentar bares, bebia muito, gastava todo o dinheiro que ganhava. Assim minha mãe resolveu vir morar aqui no sítio do meu avô. Foi a solução, pois eu não saí mais para soltar pipa e meu padrasto parou de freqüentar bares.
Já têm três anos que moramos aqui. E eu estudo no nono ano, na Escola Ulisses Matosinho.
Fagner Lucas
A vida
Conto a história de minha vida que começou, é claro, através de meu pai e de minha mãe.
Eles são do mesmo estado, de Minas Gerais, e vieram para Rondônia com suas famílias, em busca de uma vida melhor.
Quando meu pai chegou aqui, foi morar em Santa Luzia, ele veio só, depois que seus pais vieram morar na Quarta linha em Ji-Paraná. Algum tempo depois ele foi morar com seus pais e conheceu a minha mãe, num encontro de jovens na comunidade.
Certo dia, ele mostrou-se interessado em minha mãe e começaram a namorar e um ano depois se casaram, em 29/11/89. Não quiseram ter filhos logo porque moravam em uma chácara na fundiária. Depois de muito trabalho conseguiram comprar um sítio na beira da estrada, aí então ela engravidou.
Eu nasci de parto normal, na maternidade em Ji-Paraná, no dia 03/09/92, às 6h30, com 3.800g.
Fui uma criança muito doente, tive pneumonia e reumatismo. Uma vez coloquei uma semente no nariz e não falei nada porque não entendia e minha mãe só percebeu na hora em que amamentava, pois eu estava com a respiração difícil, aí ela viu a semente no meu nariz, avisou meu pai e ele levou-me para o hospital. Lá eu sofri para o médico retirar a semente, estava muito difícil, ele quase desistiu, mas conseguiu.
Comecei a estudar com sete anos, não era interessado e chorava o tempo todo. Depois aprendi a gostar da escola e hoje gosto de todas as matérias, mas domino mais a matemática.
Com oito anos eu quebrei o braço esquerdo montando um cavalo.
Hoje ajudo muito meu pai, tiro leite, trabalho que faço no final de semana, e gosto de jogar bola.
Minha família é pequena, tenho só um irmão, Erivelton, que nasceu em 1995. Somos uma família muito feliz.
Tiago Paula de Oliveira
Pequena história
Tudo começou no dia 20 de abril de 1991, às 5h, no Hospital Municipal de Ouro Preto d’Oeste. Neuza estava dando à luz uma linda menina, eu, Marileuza.
Meus pais ficaram muito felizes com o meu nascimento. Fui crescendo e mudamos para um sítio perto de Teixeirópolis onde passei minha infância ao lado de minhas amigas Patrícia e Cíntia Nara, foi a época mais feliz da minha vida. Morei lá até completar doze anos, estudava a 6ª série.
Mudamos-nos para uma fazenda, porém não tivemos muita sorte lá, então nos mudamos novamente para Ouro Preto. Lá fiquei dois anos sem estudar e meus pais, mais uma vez, resolveram mudar. Meu irmão mais velho casou-se e meus pais e dois irmãos foram para uma chácara perto de Ji-Paraná. Eu, minha irmã e um irmão ficamos em Ouro Preto porque ele estava estudando e, assim que as aulas terminaram, fomos embora.
Em 2006 comecei a estudar na escola Edson Lopes. Em 2007 fui morar em Teixeirópolis com meus irmãos. Foi muito bom, estudei na escola Sebastião Amorim da Silva e fiz muitos amigos lá.
Hoje moro novamente em Ji-Paraná, estudo na escola Ulisses Matosinho e já fiz bastante amizade, especialmente com os alunos da minha sala que são muito legais.
Marileuza Vitorino Lopes
Travessuras
Meus pais nasceram em Minas Gerais. Papai em Extrema e mamãe em Teófilo Otoni. Ele mudou-se para Jundiaí-SP e ela para Sertãozinho-SP e ali cresceram.
Com o tempo, meu avô materno mudou-se para Jundiaí e mamãe começou a estudar no mesmo colégio que meu pai, porém não se conheceram lá.
Ela, já moça, começou a trabalhar na mesma firma que papai, Milton, trabalhava. Conheceram-se e começaram a namorar. Um ano depois se casaram e logo depois eu nasci. Viemos então para Rondônia trabalhar com a lavoura.
Com sete anos fui para a escola, era muito divertido, brincava muito na escola e quando voltava pra casa, brincava mais ainda com meus colegas. Soltávamos pipa, jogávamos bola, brincávamos de carrinho de rolimã. Era muito legal!
Tinha vez que eu ia pra escola e brigava com outros moleques porque gostávamos da mesma menina. Um dia ia ter uma exposição de bichos na escola, uma garota pegou meu lápis. Eu saí correndo atrás dela, esbarrei num vidro que caiu e furou o olho dela, fui para a direção e liberado, pois não tive culpa.
Mudamos para Rondônia e fomos morar em Presidente Médici. Depois nos mudamos para o sítio e estou estudando na escola Bárbara Heliodora.
Aqui já fiz muitas travessuras, fui pra direção e levei até suspensão, porém mudei. Agora sou um jovem estudioso e tranqüilo.
Kelvin Alex da Rosa
Trajetória de vida
Minha família começou a se formar quando meus pais se conheceram, eles estudavam na antiga escola Bárbara Heliodora, meu pai foi até professor por algum tempo!
Minha mãe não chegou a conhecer a sua mãe porque ficou órfã aos dois meses de idade. Minha bisavó a criou, dando-lhe carinho e educação.
Meu pai nasceu no Espírito Santo. Veio para Rondônia ainda pequeno, meu avô, Avelino, fazia laços de couro trançado e trabalhava na roça com seus filhos, inclusive meu pai que tinha apenas dez anos nessa época. Minha avó, Nair, cuidava da casa e dos filhos.
Meu avô materno, José Botelho, era ferreiro, fazia enxadas, foices e muitas outras coisas.
Meus pais então se conheceram melhor, resolveram namorar e se encontravam nas festas e nos cultos nos finais de semana. Após um ano e um mês de namoro, casaram-se, em 1993, num barracão, pois a igreja ainda não havia sido construída, e foram morar junto de meus avós paternos. Um ano depois de casados eu nasci. Meu avô não me viu crescer porque morreu quando eu tinha três meses de vida.
Mudamos-nos para uma chácara onde papai construiu nossa casa.
Um ano antes de eu ir para a escola, meu irmão nasceu. Quando fiz seis anos fui estudar na mesma escola que meus pais haviam estudado, era muito velha, feia e de madeira. Derrubaram aquela antiga estrutura e fizeram uma nova escola.
Hoje tenho treze anos, estudo o nono ano, meu irmão, Anderson, tem oito, e está no segundo ano. Meu pai, Sebastião, tem 36 anos e é pedreiro; minha mãe, Aparecida, tem 31 anos e é monitora no ônibus escolar.
Tenho uma família e uma vida muito feliz.
Jacson Botelho
A história de vida da minha família
Meu pai nasceu em São Paulim, interior da Bahia, perdeu seus pais muito cedo e teve que trabalhar para se sustentar. Aos 16 anos estava a procura de um emprego.
Um dos seus amigos conhecia um senhor que estava procurando um rapaz que pudesse trabalhar para ele em outra cidade, meu pai aceitou o emprego e se mudou para uma cidade chamada Itamarajú.
Minha mãe morava nessa cidade com seus pais. Eles tinham um comércio. Um belo dia, meu pai foi às compras e conheceu minha mãe, foi amor à primeira vista, porém ela era muito nova, tinha apenas 15 anos e seus pais não aceitaram o namoro. O tempo passou e o amor que eles sentiam um pelo outro só aumentou. Um ano depois eles começaram a namorar e com três meses de namoro, casaram-se. Fizeram uma grande festa, todos se divertiram muito.
Com quinze anos de casados, eles já tinham cinco filhos, sendo três mulheres e dois homens. A sexta gestação foi de gêmeos, uma gravidez de muito risco. Os bebês não resistiram e nasceram mortos. Minha mãe sofreu muito.
O tempo passou e quando tudo parecia que estava melhorando, vieram as dificuldades.
Como a família estava crescendo, o salário que o meu pai ganhava já não dava para todas as despesas. Em busca de uma vida melhor, eles decidiram mudar para Rondônia.
Aqui, passaram, por muitas dificuldades, pois estavam sem dinheiro, sem trabalho e sem casa para morar. Graças a Deus, a comunidade os acolheu dando a Igreja para morarem.
Alguns meses depois começaram a trabalhar para os fazendeiros que moravam por ali. E aos poucos tudo foi melhorando, meus irmãos começaram a estudar e trabalhavam com meu pai. Minha irmã casou e foi embora para outra cidade. Minha mãe engravidou novamente e teve mais seis filhos, três mulheres e três homens, as gravidezes foram tranqüilas.
Alguns meses depois, minha irmã casada teve seus filhos, estava muito feliz, pois tinha realizado seu grande sonho: ser mãe. Era uma família alegre e muito feliz, mas um fato muito triste aconteceu, após fazer alguns exames, ela descobriu que estava muito doente. Foi para outra cidade em busca de tratamento. Seus cabelos começaram a cair, sua barriga começou a crescer, parecia estar grávida, mas não era gravidez, e sim uma doença gravíssima chamada barriga d’água. Era muito triste ver minha irmã sofrendo e não poder fazer nada. Seus filhos também sofreram muito, pois tinham medo de perdê-la.
Foram meses de sofrimento. Às vezes estava boa, às vezes ruim até que o pior aconteceu. Ela faleceu ainda bem jovem, com apenas 28 anos.
Como seu marido não podia criar sozinho as crianças, eles ficaram conosco. Ficamos muito felizes de tê-los ao nosso lado.
Alguns anos se passaram e nos mudamos para a linha Itapirema, era um lugar bonito, porém distante da escola, mas isso não nos impedia de estudarmos. Minha irmã, meus sobrinhos e eu andávamos cinco quilômetros até a escola, apesar da distância, era muito divertido.
Um dia minha irmã chegou da escola com muita dor de cabeça e se deitou numas tábuas, eu estava brincando de pega-pega com minhas sobrinhas quando uma delas pisou na perna da minha irmã. Ela sentiu um pouco de dor e achou que não tinha machucado. Como andávamos muito, numa manhã ela não conseguiu se levantar da cama dizendo que sentia muita dor, meus pais levaram-na para o hospital e ficaram sabendo que ela havia deslocado o fêmur, teria que ir imediatamente para Porto Velho.
Chegando lá, disseram que ela precisaria fazer uma cirurgia para colocar parafuso na perna, andaria de muleta e teria que fazer muitas sessões de fisioterapia para voltar a andar normalmente.
Sofremos muito, pois minha mãe tinha ido com ela e nós ficamos com meu pai. Passamos muitas dificuldades, éramos crianças e tivemos que aprender tudo muito cedo.
Apesar de tanto sofrimento e de tanta tristeza, superamos e hoje vivemos muito felizes.
Sirnalva Cardoso Ribeiro
Menino travesso
Eu sou um garoto muito travesso, já aprontei muito.
Com três anos coloquei fogo na minha casa, disse pra minha mãe que minha irmã tinha tomado veneno de rato, joguei o moinho de moer café do meu avô fora e quase apanhei.
Quando eu tinha quatro anos, minha mãe se separou de meu pai e nós ficamos sem lugar pra morar. Fomos morar com uma tia e como bagunçávamos muito, ela nos mandou embora. Sem lugar, fomos morar na casa de uma amiga da mamãe. Ficamos lá três meses. Mamãe começou a trabalhar, alugou um barraquinho sem nada e nos mudamos para lá, aos poucos minha mãe conseguiu comprar as coisas de casa. Primeiro comprou o fogão e um ano depois já tinha comprado quase tudo.
Mamãe foi trabalhar de doméstica, o patrão dela comprou uma data pra ela ir pagando por mês. Demorou quase um ano, mas ela pagou tudo. A data fica perto da Santa Casa, era mato puro, mamãe roçou, plantou mandioca, fez um barraquinho de uma peça só e nos mudamos para lá. Nem parecia que ali morava gente.
Mamãe foi comprando tijolo por tijolo e, pouco a pouco, conseguiu erguer nossa casa que tem quatro peças e um banheiro, cobriu peça por peça e assim por diante. Nessa época ela já estava trabalhando em uma loja.
Surgiu a bolsa família, ela fez a inscrição e foi aprovada, graças a Deus, juntou com o salário que ganhava e terminou as quatro peças e fez o contra-piso. Ela trabalhava até a noite e pagava alguém para nos cuidar.
Passamos muitas dificuldades, mamãe ficou doente e ficamos sem nada em casa. A sorte era que tínhamos o dinheiro da bolsa família. Não tínhamos energia nem água. Mamãe puxava água na casa da vizinha e usávamos vela para iluminar a casa.
Hoje tenho 14 anos e posso dizer que já aprendi muitas coisas na vida, a principal delas é que devemos lutar para vencer os obstáculos que a vida nos impõe.
Jonatha Batista da Silva
Complicações
Eu nasci dia 16/03/1988, às 22h40. Quando eu nasci, chorava o tempo todo, dia e noite. Os médicos me examinaram e descobriram que eu tinha o céu da boca aberto e tudo que comia vazava pelo nariz e para me alimentar, eu tinha que estar deitada no travesseiro.
Com sete dias de nascida eu gripei e mamãe deu-me um chá que acabou me sufocando. Quando me viu quase morta, meu pai saiu desesperado procurando ajuda. Minha avó pegou-me no colo e pensou que eu estava morta, minha mãe ficou desesperada, ela pulava, gritava... Minha tia tentava controlá-la enquanto minha avó fazia respiração boca a boca, então eu voltei a respirar e tudo acabou bem.
Com onze anos de idade eu viajei para São Paulo para fazer a cirurgia no céu da boca, graças ao nosso patrão que nos ajudou com todas as despesas, foi ele quem pagou tudo, eu devo isso a ele porque ele é mais que um pai para mim, ele é muito especial. Peço a Deus que proteja a ele e toda a sua família sempre.
A minha primeira arte foi quando a minha patroa saiu de sua casa e nos deixou lá, eu e minha irmã mexemos na geladeira, pegamos uma lata de goiabada e começamos a comê-la, minha outra irmã nos viu e, como não demos doce para ela, falou para nossa mãe, mas a mãe não brigou conosco.
Sou uma garota calma, mas quando alguém pisa no meu calo fico muito nervosa. Estudo, vou à Igreja, sou alegre, brinco com meus amigos e converso muito na sala de aula. Levo uma vida tranqüila e feliz com minha família.
Maria Aparecida Ferreira Pena
Artes
Meus pais se conheceram quando ele fazia um treinamento da polícia. Foi amor à primeira vista.
Ele morava sozinho e resolveu sair da polícia para morar com seu pai e ficar mais perto da mamãe. Começou a trabalhar de vaqueiro e todo sábado ia à casa de meu avô paterno ver o gado. Depois do trabalho, ia embora, tomava banho e voltava.
Mamãe achava que ele gostava de sua irmã, mas quando soube que era dela que ele gostava, começaram a namorar escondido. Um mês depois, papai a pediu em namoro a meu avô. Algum tempo depois se casaram e tiveram sua primeira filha. Estavam passando por dificuldades e resolveram mudar para Rondônia. Logo que chegaram aqui, minha irmã ficou muito doente. Sarou e mamãe engravidou da segunda filha. Tudo ficou mais difícil ainda.
Quando a situação financeira melhorou, veio a terceira filha e em seguida eu nasci. Meus pais ficaram muito felizes por ter vindo um menino.
Eu era um garoto muito arteiro. Brincava até com faca. Um dia estava batendo com a faca em algum lugar e acertei o dedo da minha mão. Levei uma grande surra da minha mãe. Depois de o dedo ter sarado, lá estava eu novamente fazendo arte. Estava com minha irmã brincando no moinho, ela estava com o dedo lá no moinho, rodei e moí o dedo dela.
Agora já estou grandinho e parei de fazer arte. Sou bem quieto e estudioso.
Wagner Campos Francisco
Trajetória
No dia 25/12/1989, na festa de Natal, meu pai, Josino Geraldo Pereira conheceu minha mãe, Rosa Lacerda e começaram a namorar. Mamãe tinha um filho, André, a quem meu pai aceitou como filho legítimo. Namoraram um ano e se casaram em 11/02/91.
Em 1992, mamãe engravidou de Valquíria que nasceu com 2.2kg e sadia. Um ano e quatro meses depois, eu, Valéria, nasci pesando apenas dois quilos, mas bem saudável.
Quando eu tinha um ano e dois meses, mamãe sofreu depressão e tive que parar de mamar para ela se tratar em outra cidade. Ficamos na casa de minha avó até ela voltar, três meses depois.
Meu pai foi despedido do lugar onde trabalhava, ele ficou muito triste e eu chorei muito porque não queria sair dali, mas não tínhamos opção, saímos e papai foi trabalhar numa fazenda que mamãe arranjara com uma amiga.
A princípio não gostei de lá, pois estava longe de meus amigos. Três dias depois da mudança descobri que próximo ao pomar tinha uma cachoeira, fiquei muito feliz e todo final de semana eu ia tomar banho na cachoeira.
Num domingo, meu tio foi para minha casa e fomos pra cachoeira. Meu primo jogou uma peteca na água, eu fui tentar pegá-la, escorreguei no lodo e, como não sabia nadar, acabei afogando e meu irmão me salvou, puxando-me pela blusa.
Dias depois eu fui montar um bezerro e acabei caindo e quebrando a clavícula. Meu pai não me levou ao médico, mamãe fez um curativo caseiro e eu sarei.
Sete anos depois nos mudamos novamente. A casa era grande e bonita e tinha uma linda represa na qual eu tomava banho todo fim de semana. Pena que ficamos lá por pouco tempo, não gostei de mudar porque lá era muito bom.
O lugar para onde nos mudamos também é muito bom, têm muitas frutas, rios, represas... Já estamos lá há um ano e estou amando.
Valéria Cristina
Brincadeiras
Eu sou Érica França Alves, nasci em Ji-Paraná, no dia 17/10/93, filha de João Alves Roberto e de Dalva Silva França.
Meu pai nasceu em Minas Gerais, em 29/11/1962, e minha mãe em 06/10/1970.
Meus pais vieram para Rondônia ainda crianças. Naquela época nada era fácil, eles trabalhavam tanto que nem sobrava tempo para estudar. Mamãe até que estudou um pouco. Concluiu a oitava série, mas papai foi só até a segunda série, mal sabe ler.
Eles se conheceram em 1990, num jogo de futebol, pois meu pai gostava muito de jogar bola, mamãe o achava muito metido, mas acabou se casando com ele. Foram morar no sítio de meu avô.
Mamãe engravidou de mim logo no início do casamento. Teve uma gravidez tranqüila, sem enjôo nem desejo.
Eu nasci, mamãe não tinha sequer berço para eu dormir, ela colocava cobertas numa bacia e ali eu dormia.
Assim que completei um ano, mamãe engravidou do meu irmão, ela sofreu muito no parto dele. Robson nasceu no dia 27/07/95, às 17h 20, ficaram dois dias no hospital e foram para casa.
Mamãe saia para trabalhar e nos deixava na casa de minha avó, era muito bom ficar lá. Eu e minha prima gostávamos de brincar de casinha, no meio do cafezal, perto da casa da vovó. Meu avô ficava com muita raiva, ele não gostava, pois pegávamos colher, prato, vassoura e outras vasilhas para brincar e quando íamos embora, largávamos tudo jogado e era ele quem saia juntando.
No dia seguinte ele nos repreendia, mas não adiantava, fazíamos tudo de novo.
Érica França Alves
Diário Familiar
Meu nome é Rosi Kelli, nasci no dia onze de maio de 1994. Minha família morava na Gleba G, em Nova Londrina , aqui em Rondônia. Meu pai tinha um sítio lá.
Tenho dois irmãos: Jonatha e Lucas. Eu queria ter uma irmã mais velha que eu, acho que seria legal.
Era muito divertida a nossa vida quando morávamos no sítio. Um dia meus pais foram trabalhar e nos deixaram, eu e meu irmão fomos atrás deles, mas para chegar onde estavam, tínhamos que atravessar um lago, em cima de um tronco alto e liso. Quase caí no lago. Meu irmão puxou-me e voltamos pra casa sem contar nada pra eles. Algum tempo depois, meu irmão teve uma idéia maluca de espantar ratos. Ele colocou fogo perto da nossa casa, mas deu errado e pegou fogo no chiqueiro e na casa. Quando meus pais chegaram não tinha mais nada e meu irmão disse apenas: “Veio um homem com um facão e queimou a casa.”
Um ano depois, meus pais se separaram. Mamãe e nós fomos morar na casa de minha tia, mas por um problema que aconteceu, minha tia nos mandou embora. Mamãe alugou uma casa e nos mudamos, eu já tinha quatro anos.
Um dia mamãe e eu fomos passear na casa de uma tia e sem perceber coloquei o pé no raio da bicicleta e cortou, fez uma ferida feia e fiquei na tia até o pé sarar. A empregada da minha tia seqüestrou minha prima Késsia, que hoje tem onze anos, e fugiu, quando soube que a polícia estava em seu encalço, abandonou a menina num lugar qualquer e foi embora.
Um ano depois, mamãe conseguiu comprar uma data e construiu uma pequena casa de madeira. Matriculou-me numa creche e ia trabalhar de doméstica para nos sustentar. Quando terminei o pré, mudei de escola. Fui para o Parque dos Pioneiros. Amava a professora Alessandra. Estudei lá até a terceira série. Depois da escola, ia pra casa fazer o serviço e depois chamava minhas amiguinhas para brincar.
Alguns anos depois, mamãe casou-se novamente e nos mudamos para o sítio. Estudei até a sexta série lá e nos mudamos para a cidade de novo. Eu gosto muito da cidade porque estou perto dos meus parentes, porém mais uma vez nos mudamos para o sítio, onde estamos até hoje. Estou na nona série, tenho catorze anos, estudo com meus antigos amigos e levo uma vida normal.
Gosto de dançar, jogar futsal e desenhar paisagens. Quero ser geóloga ou artista.
Rosi Kelli Batista da Silva
Descuido
Havia muita miséria na Paraíba em 1975 e meus avós maternos, Francisco Henrique e Cícera Rosa da Silva, eram muito pobres.
Certo dia, ouviram falar que Rondônia estava crescendo muito. Então no primeiro pau-de-arara que vinha pra cá, eles subiram, trazendo seus cinco filhos.
Quando chegaram aqui estava bem mesmo, mas tiveram que trabalhar muito na roça.
O tempo foi passando e eles tiveram mais seis filhos, ficando com onze: Lúcia, Maria, Adelma, Antônia, José, Alessandro, Cícero, Adelmo, Renata, Andréia e Alcenir.
Uma vez meus avós foram tomar banho de rio com seus filhos, a correnteza estava muito forte e Lúcia acabou morrendo afogada. Todos ficaram muito tristes, mas tiveram que tocar a vida. Seis meses depois Maria morreu de sarampo, restando apenas nove filhos.
O tempo foi passando, os meninos crescendo e meus avós, para sustentar a grande família, faziam feira.
Adelma era a filha mais velha e gostava muito de ir a jogos de futebol, certo dia no final de 1993, ela conheceu Francisco Reginaldo, que era um jogador, conversaram e acabaram fazendo amor.
Passaram dois meses e minha mãe começou a ter enjôos, então resolveu ir a um médico e descobriu que estava grávida de um menino. Minha mãe escondeu dos meus avós porque se eles soubessem, não permitiriam que eu nascesse.
Então ela fugiu para a casa da minha madrinha. Eu nasci e recebi o nome de Rangel Henrique Reginaldo. Minha madrinha cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava. Eu passava fome e comia cocô de galinha, então peguei uma doença chamada afta, que não foi curada até hoje, depois tive icterícia, que não foi tratada e acabou virando Hepatite que se curou, mas pode voltar se não cuidar.
Um dia minha mãe conheceu Ademir, um homem metido a bravo, mas legal. Minha mãe acabou tendo um filho com ele e deu o nome de Felipe Marques, que teve uma infância feliz comparada à minha, nós gostamos de jogar vídeo game e futebol.
O tempo passou e minha mãe se separou do Ademir e foi morar com Amigão e, com ele, está feliz até hoje.
Rangel Henrique Reginaldo
História de minha família
Meus pais se conheceram no ano de 1985 e logo se casaram no ano de 1986. Meu irmão mais velho nasceu de sete meses e quase morreu, mas graças a Deus, com muita luta e fé, escapou. Hoje ele tem 21anos e se chama Alex.
Depois veio meu outro irmão que se chama Fábio. E por último nasceu eu, Fernando, o caçula. Nasci no dia 26 de novembro de 1994 com 2.500g e com muita saúde, aos poucos fui crescendo e engordando. Com um mês de nascido nem parecia eu. Durante a noite mamava três vezes, porque era muito guloso, trocava o dia pela noite, eu era um menino muito danado.
De um a cinco anos eu fui igual às outras crianças, gostava de jogar bola, não era um menino arteiro, nem briguento.
Comecei a estudar com seis anos e já sabia ler e escrever, sempre jogava bola com meus amigos na escola. Sou um garoto bem tranqüilo, nunca fui de brigar na escola e sou bastante estudioso, agora que relaxei um pouco, mas quando eu era mais novo vivia com os livros na mão. Agora estou com 13 anos, ainda gosto de jogar bola e vivo assistindo à televisão.
Nunca reprovei, estou cursando nono ano, estou aprendendo muitas coisas novas. Sonho em ser um jogador profissional ou veterinário e ser feliz. No começo a vida era um pouco difícil, só meu pai trabalhava, minha mãe cuidava de nós, agora minha mãe trabalha e pode ajudar em casa, temos nosso próprio lugar porque antes morávamos no sítio de meu avô. Somos felizes, levamos uma vida simples e humilde.
Fernando Rodrigues de Oliveira
Um garoto chamado Erick
Meu nome é Erick Cesconeto da Silveira, tenho 12 anos, nasci no dia 20/08/95, estudo na escola Ulisses Matosinho Peres de Pontes, moro na linha Gasoli, gleba “G”. Filho de Ângela Maria Effigen Cesconeto da Silveira e Elecimar Batista da Silveira.
Meu pai nasceu em Itanhomi – MG e cresceu em Conselheiro Pena - MG. Minha mãe nasceu e cresceu em Ji-Paraná-RO.
Numa quinta-feira meu pai foi encher uma bola na casa do meu avô e viu minha tia. Achou-a bonita e foi embora pensando nela. Algum tempo depois voltaram a se encontrar e ele descobriu que ela era casada, então começou a olhar para minha mãe e se interessou por ela, encontravam-se no campo ou na Igreja. Certo dia, meu pai a chamou para conversar e a pediu em namoro, ela aceitou, mas meu avô não os deixou namorarem porque ela era muito nova e eles então começaram a namorar escondido. Papai pediu mamãe em casamento e ela disse sim.
Foram falar com meu avô, ele permitiu o casamento com muita má vontade, marcaram a data do noivado para o dia do aniversário do meu pai e o casamento para o aniversário da minha mãe, no entanto, nesta data não havia vaga na Igreja e o casamento se realizou no dia 16 de outubro de 1993, o aniversário da minha mãe é no dia 21 de outubro.
Houve uma grandiosa festa no barracão do campo que fica no sítio da minha avó.
Um ano e meio depois decidiram ter um filho e ela engravidou, foi uma gravidez tranqüila, poucos enjôos e poucos desejos. Se o bebê fosse uma menina se chamaria Débora Evellin e se fosse menino seria Pablo, só que minha mãe não concordou, pois Pablo Escobar era o nome de um traficante colombiano muito famoso. Então pensaram mais um pouco e minha mãe escolheu Ericles, mas meu pai não gostou, pensaram novamente e outro nome surgiu: Erico. Minha mãe não concordou, pois pensava que iriam apelidar de Ericú, os dois entraram em um consenso e deram-me o nome de ERICK.
Nasci na maternidade municipal de Ji-Paraná às 19 horas, pesando 3.5 kg , comprido e muito pelancudo. Eu era um bebê bonzinho de dia e chorão à noite.
Minha infância foi ótima, brincava muito, mas não era de aprontar, pois a única travessura que me lembro é de quando tinha oito anos, estávamos todos na casa dos meus avós paternos, era véspera de Natal, meus pais foram para casa, eu e meus primos, Osvaldo e Antônio, ficamos na casa dos meus avós, havíamos tomado aproximadamente seis garrafinhas de cerveja, quando resolvemos pegar o garrafão de vinho que iríamos tomar no dia de Natal e saímos de carro com as caixas de som ligadas no máximo.
Fomos nas linhas Dezesseis e Terceira, após mais ou menos duas horas vimos que o combustível estava acabando e era necessário abastecer o carro, sendo assim nos dirigimos a Ji-Paraná.
Percebendo que não estávamos por perto, meu avô ligou para o meu pai que se pôs a nos procurar pela Gasoli, Dezesseis e Terceira. Não obtendo sucesso resolveu ir à cidade. Chegando lá se deparou com o meu primo Antônio em frente ao Supermercado Tropical visivelmente bêbado. Eu e o outro primo havíamos saído no intuito de comprarmos lanche e abastecer o carro, quando menos esperávamos meu pai nos encontrou.
Foi o caos, passamos o Natal inteiro escutando sermão.
Erick Cesconeto da Silveira
Uma vida de luta
Meus pais se conheceram no casamento da irmã da minha mãe, depois eles se encontraram na igreja e começaram a namorar. Meu avô não queria o namoro, porém vovó aceitava. Com o passar do tempo o meu avô acabou concordando.
Meus pais tinham que namorar em casa, um na ponta do banco e outro na outra ponta. Namoraram quatro anos, então meu pai pediu minha mãe em casamento, meu avô não deu a resposta no mesmo dia, só no dia seguinte ele consentiu o casamento. Eles se casaram na igreja com tudo o que tinham direito.
Minha mãe teve sua primeira filha com dezessete anos, o segundo filho com dezoito anos. Nessa gravidez minha mãe teve certa dificuldade, ela estava com soluços e minha tia disse que se ela ficasse de cabeça para baixo, o soluço passaria. Mamãe acreditou e se pôs de cabeça para baixo, como ela estava muito gorda não conseguiu se equilibrar, caiu e bateu a barriga na janela. Quando o meu irmão nasceu, a cabeça dele era funda devido à queda, mas não foi nada sério, só afundou mesmo. Quando meu irmão fez um ano, nasceu à terceira filha. Cinco anos depois, nasceu meu quarto irmão tão gordo que mamãe não conseguia carregá-lo no colo, então meu pai fez um carrinho que amarrava uma corda e saia puxando. Para qualquer lugar que fossem, carregavam meu irmão dentro do carrinho.
Mas cinco anos se passaram e minha mãe espera sua quinta filha, que sou eu, meu parto foi o mais tranqüilo do mundo, afinal era a quinta experiência, quando eu saí do hospital, ninguém achava que era filha dos meus pais, porque eu tinha os olhos pequenininhos, mas não se preocupem, pois puxei ao meu avô.
Eu me lembro que quando comecei a estudar, eu gostava muito de paçoca e custava R$ 0,25 então minha mãe tinha separado R$ 1.00 pra eu levar para escola, mas eu não sabia que era para mim, então eu peguei R$ 0,25 escondido. Minha mãe me perguntou se eu havia pegado o dinheiro e eu falei que não, o meu pai veio e me perguntou novamente e eu falei que não, ele mandou minha mãe ver nas minhas coisas e ela achou a moeda, então meu pai me deu uma surra de chicote e me colocou de castigo. Daí pra frente eu não peguei mais nada de ninguém.
Muitos anos se passaram e eu comecei a estudar. No começo eu estranhei um pouco, mas depois eu me acostumei. Hoje, estou no 9º ano e pretendo fazer faculdade e me formar em direito.
Lucimeire Gonçalves da Silva
Tristezas e alegrias
Meus pais se conheceram num forró e namoraram quatro meses e foram morar juntos. Minha mãe já estava grávida do meu irmão mais velho, Fernando, depois eu nasci e por último o Felipe.
Meu pai viveu com minha mãe por pouco tempo e se separaram, porque ele descobriu que ela o estava traindo, ele ficou muito bravo e foi embora levando eu e meu irmão para morar com minha avó e minha tia, meu outro irmão ficou com minha mãe porque ele ainda mamava no peito. Eu era muito doente, minha avó cuidou de mim e do meu irmão e meu pai foi morar em Ji-Paraná, ficou trabalhando lá muito tempo e não vinha nos ver.
Fiquei muito tempo sem ver minha mãe e meu pai se casou novamente. Um dia meu pai falou que minha mãe queria nos ver, fomos pra cidade para encontrá-la. Quando ela chegou, não demonstramos nenhum sentimento por ela, apenas para meu irmão, ela ficou muito triste e chorou porque nós não demos atenção a ela, pois quando éramos pequenos, ela judiava de nós, só não judiava do meu irmão mais novo, ela batia em mim e no meu irmão para não contarmos para meu pai que ela saía com outro.
Hoje vivo com minha avó, tenho tudo de bom aqui. Comecei a estudar na escola Boa Vista e estudei até a quinta série e depois vim estudar nesta escola e hoje tenho muito orgulho de estudar aqui.
Flávio Coelho Siqueira
Minha Infância
Minha mãe, Alice é de Belo Horizonte-MG e meu pai, Ismael, é de Campo Grande-MS. Ela tem 39 anos e ele 40.
Eles se conheceram num show em Rondônia. Meus avós paternos não queriam que eles namorassem, então eles foram embora para o Mato Grosso do Sul em busca de uma vida melhor. Lá nasceu minha irmã mais velha e voltaram para RO em 1993, no ano em que eu nasci. Aqui eles passaram por muitas dificuldades, mas enfrentaram e superaram todas elas.
Minha mãe fala que a gravidez foi muito tranqüila. Eu não dei muito trabalho, fui uma criança muito saudável. Minha mãe sempre me levou à igreja. Meus parentes gostam muito de mim. Aprontei algumas artes como quando meu pai pediu para eu perguntar ao meu tio se ele queria ir pescar e ele disse que sim, porém eu falei para o meu pai que ele não ia.
Quando meu pai ia saindo eu perguntei:
- O senhor vai sozinho?
- Você disse que seu tio não vai, então vou só.
- Era brincadeirinha, ele vai sim.
Então meu pai me bateu tanto que eu nunca mais menti. Outra vez eu subi no pé de maricota e quando eu fui descer, enganchei no espinho que rasgou minha pele e saiu uma coisa branca que eu não sei o que era. Fiquei assustado e com uma grande ferida que logo sarou. Estas foram as artes mais graves que aprontei.
Eu comecei a estudar na escola Nova Estrela da União, como eu era muito novo não podia estudar então eu vim para a escola Ulisses Matosinho onde estou até hoje cursando o 9° ano.
Douglas de Oliveira Souza
Início de uma nova família
Esta história começou no dia 28 de agosto de 1980 quando Messias Luiz da Rocha e Ana Fernandes Lopes chegaram a Ji-Paraná com seus oito filhos.
Essa é uma data inesquecível para eles, melhor dizendo, para alguns deles, pois as coisas eram muito diferentes, nossas estradas, que hoje são asfaltadas, naquela época eram apenas carreadores que cortavam uma imensidão de árvores.
Pouco tempo depois de chegarem aqui, seu Messias conseguiu comprar uma chácara e nessa chácara começou a trabalhar com sua família. Era até engraçado de ver aquele monte de criança, de 4 a 12 anos de idade, indo para a roça, porém não tinha graça nenhuma, pois faziam o trabalho pesado. Entretanto o esforço valeu a pena, conseguiram comprar mais um pedaço de terra e construíram uma casa de madeira ao lado da de palha em que viviam.
Dentre os oito irmãos havia um que era bastante atentado: Ailton, que devia ter uns oito anos na época, era também um dos mais trabalhadores. Era muito esperto e adorava fazer arte.
Ailton adorava jogar bola, como naquela época não tinha bola, ele e seus irmãos faziam bolas de seringa.
A mãe de Ailton ficou muito amiga de uma mulher chamada Joana que, vez em quando, freqüentava a casa de Ana. Joana tinha uma filha chamada Eliene, logo Eliene começou a estudar na mesma escola que Ailton. Pouco tempo depois Ailton foi estudar em Nova Londrina e Eliene, com 12 anos, foi morar na cidade com sua mãe e seus dois irmãos Valtoir e Elivaine, enquanto seu pai Valdecir e seu irmão Valdeir continuaram morando no sítio. Os dois só iam para a cidade nos finais de semana.
O pai de Eliene conseguiu comprar um botequim na cidade, foi nesse botequim que eles melhoraram a situação financeira. Lá eles eram felizes, mas nem tanto quanto no sítio. Em menos de dois anos eles decidiram vender aquele botequim e comprar um no sítio onde Eliene reencontrou Ailton e se interessou por ele. Agora ela já estava com 14 anos.
Ailton morava sozinho, havia parado de estudar e também estava brigado com seu pai. Ele era muito mulherengo e por isso a mãe de Eliene não gostava muito dele, mas Eliene estava apaixonada e fazia de tudo para namorá-lo, sem que seus pais soubessem. Ela tinha uma amiga que também gostava dele e fazia de conta que a estava ajudando quando, na verdade, ela não queria deixá-los juntos.
Essa amiga falava que ia conversar com Ailton para ele namorar Eliene, entretanto ela ia tentá-lo para si mesma. Até que chegou o dia em que Eliene começou a conversar com Ailton e ele a pediu em namoro, ela fingiu ser durona, porém era tudo o que queria ouvir na vida e, evidentemente aceitou.
Ailton foi até a casa de Eliene pedi-la em namoro a seus pais, eles acabaram deixando. Desse dia em diante, todo final de semana Ailton ia até lá para namorarem. Tudo corria bem, namoravam sério, fizeram até curso de noivos para se casarem. Ela tinha 15 anos e ele 19. No curso, os casais dormiam em quartos separados e numa noite teve uma festinha, quando acabou todos foram para seus dormitórios. Os dois não. Acabaram dormindo juntos pela primeira vez. Um mês depois Eliene desconfiou que estava grávida, com a ajuda de seu irmão mais velho, ela fez o exame sem que seus pais soubessem e avisou Ailton que havia feito o exame. Os dois marcaram um dia para irem juntos pegar o que havia feito o exame. Os dois marcaram um dia para irem juntos pegar o resultado.
Os dois ficaram muito aflitos nesse dia. Quando abriram o resultado, descobriram que iam ter um filho, na mesma hora ficaram muito felizes, porém tinham a certeza de que seus pais não aceitariam aquela criança, então não tiveram outra escolha, combinaram de fugir durante a noite.
A noite chegou e Eliene já tinha arrumado as malas, seus pais já haviam dormido, ela escutou a buzina de um carro e saiu correndo, quando viu Ailton no carro de um amigo seu coração bateu mais forte.
Ela não tinha escolha, entrou no carro e foram para outra cidade onde o avô de Ailton morava.
Oito meses se passaram, Eliene estava tendo uma ótima gravidez, os dois resolveram voltar a Ji-Paraná, chegando aqui seus pais estavam com tanta saudade que já os tinham perdoado.
Chegou o dia tão esperado, o filho deles ia nascer. Todos acharam que ia ser um parto normal como o médico havia dito, porém, na hora do parto, o médico descobriu que o cordão umbilical estava enrolado no pescoço do bebê e o parto teria que ser cesariana. Eliene ficou desesperada, mas deu tudo certo. O menino nasceu e seus pais puseram o nome de Wellington Kennedy, que sou eu.
Eu fui muito bem cuidado por meus pais, brincava muito, e não era tão bagunceiro. Os anos foram passando e eu fui crescendo esperto e saudável. Eliene ficou grávida novamente e dessa vez era uma menina.
Stephanie nasceu, foi crescendo e, como todos os irmãos, começamos com nossas desavenças, mas nada tão grave, sempre fomos muito felizes, tendo horas felizes e horas tristes. Hoje eu já tenho 13 anos e minha irmã quase nove anos. Eu, minha mãe, meu pai e minha irmã formamos uma família que muitas pessoas gostariam de ter.
Wellington Kennedy
Sou feliz
Meus pais se conheceram quando a avó da minha mãe estava doente e meu pai foi visitá-la. Chegando lá, encontrou minha mãe e começaram a se gostar.
Alguns dias depois uma prima de minha mãe marcou um encontro para os dois. Nesse encontro puderam se conhecer melhor e começaram a namorar. Meu pai a pediu em casamento e marcaram a data: 23/01/86.
No dia do casamento choveu muito. Mamãe teve que atravessar o rio de bote para chegar à Igreja, mas deu tudo certo.
As coisas eram muito difíceis naquela época e depois de casados eles foram morar com meus avós maternos. Ficaram lá um mês até se mudarem para sua própria casa.
As coisas ainda pioraram. Faltou trabalho para papai e ele foi ajudar vovô na roça, porém não ganhava dinheiro e sim metade do que colhia. Cinco meses depois do casamento, mamãe engravidou do primeiro filho; um ano depois, do segundo; mais dois anos, engravidou do terceiro filho. E finalmente ela engravidou de mim. Foi uma gravidez difícil.
Eu nasci no dia 31 de janeiro de 1992. Fui uma criança terrível, muito dengosa e chorona. Comecei a andar e falar com um ano e meio.
Quando eu tinha quatro anos nos mudamos para São Paulo para ficarmos perto de meus avós. Um ano depois voltamos para Rondônia.
Eu aprontei muito quando criança. Uma vez saímos minha irmã, minha prima e eu para brincarmos perto de um brejo e eu empurrei minha irmã na lama que saiu toda suja e chorando. Ela correu e contou para mamãe que queria me bater, mas eu joguei toda a culpa na minha prima dizendo que ela havia empurrado minha irmã. Minha tia deu uma surra na coitada, porém eu não desmenti porque senão quem apanhava era eu. Eu fazia arte e colocava a culpa em outra pessoa.
Sempre sonhei em ser veterinária, pois gosto de animais. Fui crescendo e o sonhou mudou, quero ser advogada. Tenho dezesseis anos, sou muito feliz, pois minha família é muito unida apesar das dificuldades pelas quais passamos.
Graciele Natalino Rosa
Minha história de vida
Meu pai tinha 18 anos e trabalhava na SUCAN, morava em Ji- Paraná.
Minha mãe tinha 13 anos e morava em Ouro Preto. Um dia meu pai foi trabalhar na casa da minha mãe e começou a gostar dela. Ela era muito tímida e nem olhava para ele. Certo dia meu avô mandou minha mãe arrumar a cama para meu pai dormir, como ele era muito safado, jogou-a sobre a cama para beijá-la; ela ficou com muita raiva e saiu chorando. Meu avô viu tudo aquilo e mandou meu pai sumir da casa dele, papai saiu dizendo que voltaria para se casar com a filha dele.
Desde então minha mãe nunca mais quis saber de namorar, andava sempre quieta pelos cantos, pois tinha certeza de que papai cumpriria a promessa.
Três anos depois, no dia em que mamãe completava 16 anos, meu pai chegou escondido e tapou os olhos de minha mãe e a pediu em namoro. Reconhecendo a sua voz, ela aceitou. Namoraram um ano, se casaram e vieram morar em Ji-Paraná. Aqui tiveram meus três irmãos
Minha infância foi muito engraçada, eu gostava muito de ir à festa para dançar, um dia minha mãe mandou eu me arrumar para nós irmos a uma festa. Eu estava com tanta pressa que me esqueci de colocar a lingerie, quando chegamos lá mamãe viu, brigou muito comigo e fez-me voltar com ela. Eu cheguei em casa chorando porque eu nem dancei.
Jéssica Nayara dos Santos
Um saco de arroz por minha vida
Eu nasci muito doente, ficava uma semana em casa e um mês no hospital. Quando meus pais pensaram que eu já estava bom de saúde, deu-me um tumor na cabeça e levaram-me novamente para o hospital, como eu tinha apenas cinco anos de idade, os médicos disseram a meus pais que eu não resistiria à cirurgia, mas havia uma injeção que poderia salvar a minha vida, porém era muito cara.
Meu pai ficou preocupado com muita saúde e, para me salvar, vendeu o único saco de arroz que tínhamos em casa. Quando fiz seis anos já estava curado da doença.
Aos sete anos eu fui pela primeira vez à escola, entretanto papai não parava em lugar algum e eu tive que parar de estudar. Quando voltei a estudar, eu já estava com doze anos e fui morar com minha tia.
Aos treze anos tive minha primeira namorada, a Andréia, ela era muito bonita, mas tive que ir morar em Porto Velho e lá fiquei por três meses, muito agoniado e com muita saudade da namorada.
Com quinze anos voltei para Ji-Paraná e reencontrei meus amigos e minha querida Andréia, que eu tanto amo. Nessa época meu padrasto levou-me para encontrar minha avó biológica, eu fiquei muito contente, pois também revi minha tia Nilda que eu não via há muito tempo.
Aos dezessete anos eu conheci meu pai biológico, minhas irmãs Ana Lúcia, Luciana e a mãe delas, tia Marinez. Hoje, com dezessete anos, estou fazendo a 6ª série e sou muito feliz ao lado de minha família.
Marcelo do Rosário dos Santos
Menina sapeca
Eu nasci na cidade de Ecoporanga-ES, lá morei até completar um ano, então minha família veio para Rondônia. Aqui moramos três anos e nesse intervalo mamãe teve a Elieny. Alguns dias depois chegou meu tio, irmão do meu pai, para levar-nos para o EspíritoSanto novamente.
Meu pai estava bem financeiramente, mas vendemos tudo e voltamos para Ecoporanga. Quatro anos depois minha mãe teve o Isaias.
Lembro-me de algumas coisas de lá, pois eu era a mais velha. Lembro-me da casa em que morávamos, do compadre Ciro, que era patrão do meu pai e que acostumamos a tratá-lo por compadre. Ele era uma pessoa muito especial, tinha um filho por nome de Juninho, nós brincávamos muito. Eu, minha irmã e ele éramos muito amigos.
Quando eu tinha cinco anos voltamos para Ji-Paraná, onde nasceu o Admilson. Eu já ajudava minha mãe a cuidar dele, ele era uma criança linda, muito fofa. Um dia eu estava descascando cana com minha irmã e ele chegou e parou bem na frente da faca que acertou a testa dele o cortando. Mamãe estava no rio lavando louça e nós estávamos sozinhas, quando vimos o sangue escorrendo, começamos a jogar água no rostinho dele para ver se o sangue parava de sair. Mandei minha irmã pegar uma chaleira e ir ao rio buscar mais água para jogar no corte a fim de ver se o sangue parava de escorrer, mas não parava. Mamãe perguntou à minha irmã para que ela estava puxando tanta água e Elieny disse que era para brincarmos, entretanto mamãe percebeu que havia algo errado e foi ver o que estava acontecendo. Quando ela chegou, viu o chão da casa todo ensangüentado e meu irmão chorando pela casa afora. Mamãe fez um curativo na testa do meu irmão e me deu uma grande surra.
Algum tempo depois mamãe ficou grávida novamente e meu pai tinha comprado um sítio e fomos morar lá. Eu já tinha seis anos quando mamãe foi para o hospital ter o bebê. Eu e minha irmã ficamos com papai para cuidar da casa, íamos para o rio lavar a louça, lavávamos as mais fáceis e quando chegávamos nas panelas que estavam sujas de carvão eu as jogava rio abaixo e quando papai chegava da roça, tinha que descer o rio procurando-as. Ainda bem que meu pai nunca me bateu por isso, sempre nos aconselhava, mas bater... nunca!
Quando comecei a estudar, a escola ficava a um quilômetro longe de casa. Foi feita pela própria comunidade, de lascas de madeira e coberta de tabuinha. Sentávamos num banco feito da mesma madeira que a cerca da escola. Estudamos um bom tempo lá até construírem outra escola, só que essa era muito longe, ficava a quatro quilômetros da minha casa. Havia três meninos que estudavam conosco e quando cismavam em nos bater, tínhamos que sair correndo da escola para casa, pois meu pai falava que se brigássemos, apanharíamos quando chegássemos em casa. A solução era correr. Chegávamos em casa com a língua de fora de tão cansados e não falávamos nada para não apanharmos. Quando terminei a quarta série tinha que ir para a cidade se quisesse continuar estudando, no entanto meu pai não deixou porque não podíamos sair sozinhas para lugar nenhum.
Com dezenove anos me casei. Um ano e meio depois tive meu primeiro filho: Andersom. Quando ele completou oito meses eu o desmamei e novamente engravidei. Com três meses e meio de gravidez, eu e meu filho Andersom fomos a cavalo para a casa da minha mãe, junto com meu irmão. Numa certa altura da estrada, o cavalo em que eu estava montada ia muito devagar e o meu irmão pegou o chicote e batei no lombo do cavalo que disparou a correr. Quando chegou na porteira do sítio vizinho ele entrou de uma vez e eu caí ficando dependurada na sela segurando meu filho para ele não cair. Meu irmão me tirou de cima da sela e com o susto eu perdi o bebê que estava esperando. Fiquei oito dias com o feto morto em minha barriga sem saber. No oitavo dia comecei a passar mal, minha mãe mandou-me ir ao hospital. Às duas horas da tarde não tinha carro nenhum que ia para a cidade, meu marido me colocou na garupa da bicicleta e me levou, quando cheguei no hospital, já não tinha mais jeito, pois o bebê já estava morto, era uma menina. Algum tempo depois engravidei novamente e tive meus filhos gêmeos. Aí foi uma luta para cuidar deles porque um só já dava trabalho, dois então... nem se fala!
Apesar das dificuldades voltei para a escola. É difícil, pois vou com meu marido de moto. Já teve vez de sairmos para ir à escola e quando chegamos ao rio não dava pra passar porque o rio estava cheio e ficávamos dois ou três dias sem ir à escola. Teve lugar que passamos com água no joelho, mas não desisti e não desisto porque o estudo já me fez muita falta. Já atravessamos o rio cheio num bote: eu, meu marido, o dono do bote e o irmão dele e ainda uma moto. Quando cheguei do outro lado, não enxergava nada de tanto medo que passei.
Há alguns anos perdi minha mãe que era tudo para mim. Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Sinto uma saudade que nada ajuda a superar, por isso continuo a estudar assim me distraio um pouco. Tudo é difícil e muito complicado, às vezes não entendo muito bem, mas vou conseguir passar este ano... está bastante complicado, mas consigo, se Deus quiser.
Elzi Queiroz Andrade Grava da Silva
A grande vencedora
Meu pai se chama Adão Terra de Oliveira, nascido em Jatobá-SP, e minha mãe, Edina Vargas de Azevedo Terra, nascida em Itabirinha de Mantena – MG. Meu nome é Sabrina Terra de Azevedo, tenho 16 anos e minha história começou quando meu pai e minha mãe se conheceram. Namoraram dois anos e se casaram. Vinte dias depois, minha mãe engravidou de mim.
Nasci no dia 22 de junho de 1989, no hospital Clismar, com 3.950g e 49 cm, meu nome foi escolhido por meu pai. Com nove meses dei os primeiros passos, com dois anos e quatro meses tive meningite, mas não fiquei com seqüela nenhuma, graças a Deus. Minha mãe matriculou-me na escola Nova Aliança quando eu tinha sete anos e aqui briguei muito. Quando eu tinha nove anos, nasceu minha irmã Keren, e com dez anos eu ajudava minha mãe nos afazeres da casa.
O destino resolveu mudar minha vida aos catorze anos, talvez eu precisasse de um pouco de emoção. Um dia, ao chegar da escola, com muita fome, fui até a cozinha, peguei duas mangas e comi. Sentei-me no sofá da sala para assistir à televisão. Alguns minutos depois, comecei a passar mal, chamei mamãe que chamou papai e levaram-me a uma cidadezinha próxima. A médica que me examinou pediu alguns exames, receitou uns remédios, entretanto não melhorei e levaram-me para Ji-Paraná onde fiz muitos exames e o médico disse que eu precisava fazer uma cirurgia, mas que não tinha os recursos necessários, então me levaram para São Paulo.
Ao chegar lá, fiquei internada num hospital da cidade de Limeira por quinze dias, onde fiz a cirurgia e descobriram que eu tinha câncer no intestino, fiquei doze dias sem comer nem beber, então me encaminharam para Campinas.
Ao chegar ao hospital, o médico queria me operar novamente, mas meus pais não aceitaram. Iniciei então o tratamento com quimioterapia, forma seis meses de quimio com seis sessões por semana. Nesse período minha fé em Deus cresceu muito e pedia a ELE que me ajudasse, e fui atendida.
Passado o tempo, tornei a fazer alguns exames e tive uma ótima recuperação, não deu mais nada. Depois de oito meses, tive alta e voltei para casa.
Hoje sou muito agradecida a Deus por ter me curado, por ter vencido esta batalha tão difícil ao lado de meus familiares.
Obrigada Senhor pela vida que me devolveu, pela força que me deu!
Obrigada mamãe e papai por vencerem junto comigo esta batalha!
Sabrina Terra de Azevedo
Um dia muito especial
Vou contar um pouco da minha história. Eu nasci no ano de 1990, no dia 21 de novembro. Todos ficaram muito felizes quando dei os primeiros passos.
Pouco tempo depois do meu nascimento nos mudamos para a linha 90. Lembro-me de poucas coisas que vivi, lembro que meu tio brincava muito comigo e com meu irmão Edson. Morávamos perto de uma represa, onde tínhamos que passar por cima de uma espécie de ponte feita por aterro, pois a represa era funda, lembro-me de uma vez em que meu pai pediu o estilingue do meu irmão emprestado e ele não quis emprestar, saiu correndo e quase aconteceu uma tragédia, pois ele caiu na represa, todos correram para lá e alguém o salvou. Depois de tudo estar bem, rimos bastante do acontecido.
Outra vez, eu estava doente, com o pé cheio de feridas, estava brincando com um cano de bicicleta não mão, no colo de minha irmã Margarete, eu mandei o cano na cabeça dela que chorou muito, eu não agüentei e comecei a chorar também.
Ficamos na linha 90 mais de um ano, fomos então pra linha 98, lá eu lembro que meu pai e o patrão dele davam banho num cavalo chamado Botão, o dono dizia para o cavalo matar formigas e o cavalo batia as patas na água, quando ele dizia “tomar banho” o cavalo rolava na água para lá e para cá.
Mamãe tirava leite da cabra, papai levava uns esfregões de uma vaca no curral, eu e meus irmãos ganhávamos muitos brinquedos do patrão.
Mudamos para Ji-Paraná, ficamos trinta dias na cidade e fomos para a linha 208, o patrão de lá era ruim, casca grossa, no primeiro mês pagou só a metade do salário, no segundo mês, papai foi atrás do salário e ele dizia que o mês ainda não tinha vencido. A comida começou a acabar, na fazenda tinha galinha, porco, pato, peixe... mas o homem não nos deixava comer. Não tivemos escolha e começamos a matar as galinhas, comíamos sopa de galinha todos os dias, para piorar, o lugar era mal assombrado, muito sinistro, ficamos lá três meses e voltamos para Ji-Paraná. Ficamos seis meses na cidade, meu pai ajudou a construir a AABB, o canecão e o prédio do tio que hoje é o hospital Santa Mônica, mudamos novamente para a linha 98, lá ficamos um ano e oito meses, onde meu pai trabalhava de vaqueiro.
Chegou então o dia mais feliz de minha vida, o meu primeiro dia de aula, era longe, tinha duas serras pra poder chegar à escola, meus pais me mandavam um dia sim outro não, pensando que eu não iria agüentar ir todos os dias.
Mais uma vez papai pediu as contas e fomos morar no barracão da igreja, sete dias depois, papai adoeceu, teve pneumonia, ficou sete dias internado, parentes e amigos nos ajudaram a comprar remédios e comida, papai saiu do hospital e foi pra casa fazer repouso.
Depois disso, ele começou a trabalhar na fazenda Pica-Pau, de caseiro, e ficou fixo no trator.
Mudamos novamente para um sitio entre as linhas90 e 94, onde ficamos dois anos. Fomos para Ariquemes, passamos por muitas dificuldades para ir da fazenda à escola, e a Incriti, minha irmã caçula, fazia birra e não subia na garupa da bicicleta, tinha vez que chegávamos uma hora e meia a duas horas atrasados em casa. Saímos dali e fomos para Ji-Paraná, em Nova Colina, meu pai continuava trabalhando na fazenda Pica-Pau, ele saía de casa às quatro horas da manhã e voltava só às nove da noite, teve uma vez que ele saiu três e meia da madrugada e chegou em casa às dez da noite.
Depois de muito sofrimento, papai resolveu voltar para a linha 90 onde moramos até hoje.
Wellington Roberto de Souza
A história onde tudo começou
Meu nome é Keila Peres Emídio. Meus pais são: Carlos Emídio da Silva Filho e Cleide Aparecida Peres.
Eles se conheceram no Paraná em 1978, minha mãe tinha dez anos e meu pai, catorze. Ela ia à catequese e ele ia lá só para vê-la, depois de alguns anos, ela se mudou para Rondônia e arrumou um namorado, meu pai veio passear em Rondônia e ficou sabendo que mamãe estava namorando, ele a procurou e pediu que terminasse o namoro porque ele se mudaria para cá para namorá-la. Ela achou que era só conversa fiada, passaram-se dois meses e ele realmente se mudou para cá, mamãe ficou surpresa, terminou o namoro e começou a namorar meu pai em casa. Seis meses depois ela disse que queria se casar, porém vovó não aceitava porque eles brigavam todos os dias, então resolveram fugir, moraram um ano juntos e oficializaram o casamento na igreja e no cartório.
Eles moravam em barraco, dormiam em uma esteira – espécie de colchonete de taboa – que era coberta com um lençol. Depois de alguns meses minha mãe ficou grávida de meu irmão, depois que ele nasceu, deu muito trabalho para minha mãe, quando ele tinha seis anos queria porque queria um irmãozinho, todo dia falava no irmãozinho, então mamãe ficou grávida de mim. Ela errou na contagem dos meses e pensava que estava grávida de um mês quando, na verdade, estava de dois meses. Ela começou a sentir enjôos e ensinaram-na a tomar água de coco com polvilho, passou, porém teve um enjôo diferente, teve enjôo do papai, só de ouvir a voz dele já ficava brava, mas com o tempo foi passando.
Mamãe deixou para comprar as roupas de bebê no último mês como ela havia errado na conta, achava que estava com oito meses de gravidez, levantou-se com um pouco de dor nas costas e foi ao banheiro e começou a perder líquido, papai disse que ela estava entrando em trabalho de parto e ela afirmou que não, pois não estava na hora de nascer, mesmo assim ele chamou um carro e a levou à maternidade. Duas horas depois eu nasci, no dia 07/04/93, às 8 horas, de parto normal. Fui um bebê bem calmo, dormia muito, não gostava de mamar. Quando comecei a tomar as primeiras vacinas, tive convulsões que duraram um ano e parou.
Já grandinha comecei a fugir, já me encontraram correndo nas estradas, me encontraram dormindo dentro do guarda-roupa, debaixo da cama, encontraram-me em pontes vendo peixes e até dentro do curral com uma vaca de bezerro novo.
Tínhamos uma vizinha para onde eu fugia. Quando mamãe percebia que eu não estava por perto, ela gritava: “Filomena, a Keila ta aí?” e ela respondia: “Ta sim!”. Minha mãe não podia descuidar, se descuidasse eu fugia, eu era a estrela da comunidade, conversava com todo mundo, não tinha vergonha de nada nem de ninguém, era a atração.
Hoje tenho treze anos, estou namorando o Henrique, uma pessoa que me fez ter uma visão ampla de tudo e me faz muito feliz.
Keila Peres Emídio
A vida de meus pais
Meus pais se conheceram e logo começaram a namorar. O meu pai era casado e estava se separando da mulher, mas mamãe não sabia. Naquela época ele tinha uma filha e ela já estava casada. Papai resolveu namorar outra mulher que logo engravidou dele. Papai separou-se da primeira mulher e assumiu as outras duas, mamãe e a que estava grávida, alternando entre uma e outra.
O sonho de minha mãe era ter um filho. Ela foi casada com outro homem antes do meu pai e tentou engravidar, porém não conseguiu. Ela contou seu sonho a meu pai e ele resolveu ter um filho com ela. Ela teve que fazer tratamento para engravidar e depois de alguns anos, finalmente engravidou de minha irmã, nisso meu pai já tinha três filhos com a outra mulher. Onze meses depois que minha irmã nasceu, mamãe teve meu irmão, depois de um ano e três meses eu nasci e a situação foi ficando difícil. A outra mulher de meu pai teve bebê na mesma época que mamãe.
Nós morávamos com minha avó num lugar bem distante da cidade. O tempo foi passando, papai foi eleito vice-prefeito e resolveu repartir tudo o que tinha em três partes iguais, deixando uma pra primeira mulher, outra para minha irmã mais velha e outra para ele. Eu já tinha dois anos e minha mãe estava grávida novamente, papai comprou uma casa na cidade e colocou mamãe para morar lá. Algum tempo depois, papai chamou minha prima para cuidar de nós três, meu irmão morava com minha avó, e ele foi embora para Sergipe, pois havia conseguido um emprego lá. Como ele era o vice-prefeito, antes de entregar o cargo, conseguiu um emprego para minha mãe para ela receber um salário por mês, pois ele ia embora, mas todo final de ano, ele passaria uma temporada conosco. Mamãe trabalhava todos os dias e papai nos visitava uma vez por ano. Seis anos depois, mamãe teve outro filho.
Eu tinha um tio que morava aqui em Rondônia e falou para meu pai que nesse lugar as terras eram boas e baratas, então ele resolveu comprar terras aqui e se mudou para cá. Depois de algum tempo, ele construiu uma casa e trouxe a mulher que tinha três filhos dele, depois construiu outra casa e trouxe outra mulher que tinha quatro filhos dele.
Alguns anos depois uma das mulheres dele faleceu e a outra o traiu, então ele trouxe minha mãe para cá. Hoje nós somos uma família muito feliz, graças a Deus.
Gicelma de Jesus Conceição
Lembranças
Lembro-me de muitas coisas que aconteceram comigo em minha infância. Minha casa era de chão e minha mãe passava barro para ficar lisinho parecendo piso, ainda sinto o cheiro doce do barro fresco, era bom, tinham quatro cômodos, uma sala, dois quartos e uma cozinha. A privada ficava do lado de fora.
Eu gostava mais do meu quarto que sempre foi organizado, eu arrumava minhas coisas muito bem.
Ainda pequena fui morar com a minha tia. Eu levantava às seis horas da manhã, lavava o banheiro, as louças e limpava a casa. À tarde gostava de ir ao rio com meus primos, levávamos comida e passávamos o dia todo lá, voltávamos só no final da tarde, a água era limpinha e o rio cheio de pedras.
O tempo passou depressa. Um dia eu e minha prima resolvemos visitar minha avó, para nossa surpresa depois de alguns minutos minha mãe chegou, ela estava grávida do meu irmãozinho mais novo, minha irmã já estava engatinhando, eu sentia tantas saudades de casa, queria voltar, chorei muito, mas continuei morando com minha tia.
Mais tarde voltei a morar com minha mãe e só ficava perguntando se ela já tinha criado, não sabia que as palavras certas eram ganhar bebê ou dar à luz.
Um dia, na casa de minha mãe, enquanto eu dormia, uma formiga entrou em meu ouvido, lá sempre dava correição, como eu não conseguia dormir e conseqüentemente minha mãe também não, ela pegou óleo de máquina e pingou uma gota dentro do meu ouvido, matou a formiga, porém fiquei surda do ouvido esquerdo.
Quando crianças brincávamos de casinha embaixo dos pés de cupuaçu, não tínhamos bonecas. Perto da minha casa morava uma senhora que vivia nos observando, eu ia sempre à casa dela, ela havia me prometido uma boneca grande, mas foi embora dali e não cumpriu o prometido, fiquei muito chateada. Naquele tempo não tinha energia em casa, nós usávamos lamparina e por isso dormíamos cedo e acordávamos cedo também para aproveitar bem o dia.
Tínhamos roça de mandioca e vez em quando íamos junto com papai para carpir o mato, como não sabíamos carpir direito, arrancávamos os pés de mandioca sem querer e para não apanhar, plantávamos novamente, papai ficava furioso quando via.
Com sete anos fui para a escola pela primeira vez, porém voltei do meio do caminho, não tinha coragem de chegar. Um dia meu irmão mais velho e o professor levaram-me na marra para a sala, me deram caderno e lápis, chorei muito, mas acabei me acostumando. O professor nos colocava de pé próximos ao quadro e nos mandava ler, quem errasse apanhava de régua ou com a caneta, ele até quebrou a régua na cabeça de um garoto, não contávamos para nossos pais, pois tínhamos medo.
Na segunda série fui morar com a professora, ela furou minha orelha e colocou um brinco, papai não gostou e voltei para casa.
Certa vez, quando voltava da escola, subi num pé de manga, caí e quebrei o braço esquerdo. Fiquei internada uns dias e voltei para casa. Assim que cheguei, eu e minhas primas fugimos para brincar na casa de umas amigas, só voltamos à noite e levamos uma surra. Logo que o gesso foi tirado, eu quebrei o cotovelo do braço direito e passei mais um tempão com o braço engessado.
A primeira festa de aniversário que tive foi aos dez anos, o professor deu o bolo e os vizinhos os refrigerantes, minha prima emprestou o vestido do batismo dela.
Minha mãe não tinha tempo para conversar comigo e contar histórias, ela trabalhava muito para ajudar no sustento da família. Eu gostava de músicas e ouvia Sandy e Junior num radinho de pilha do meu irmão, era difícil sintonizar uma estação, colocávamos uns fios para melhorar e ficava sem chiado nenhum.
Teve uma época que passamos por muitas dificuldades, mamãe estava desempregada e ia à cidade em busca de emprego, meu irmão pequeno chorava muito quando ela saia, vez em quando ela ia escondido e ficávamos entretendo o garoto dizendo que mamãe fora comprar bolacha para ele.
Hoje as coisas melhoraram muito, mamãe arrumou um bom emprego e minha irmã se casou, voltei a morar com minha tia, estudo o 9º ano na escola Edson Lopes, estou namorando e quero terminar meus estudos, ter um bom emprego e ajudar meus pais.
Edivanda
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